ROMBO
O presidente do Senado, Renan Calheiros. O operador conta que recolheu propina em dinheiro vivo para o senador (Foto: Adriano Machado/ Editora Globo)
FILIPE COUTINHO E ANA CLARA COSTA
ÉPOCA

Entre 2003 e 2015 Sérgio Machado ocupou o cobiçado cargo de presidente da Transpetro graças à indicação e à proteção de Renan. Escolheu então Felipe Parente para fazer o trabalho de recolher a propina exigida pelos senadores que o mantinham no cargo. O relato de Parente é minucioso. Ele fornece o roteiro, como protagonista, das captações de dinheiro sujo junto a empreiteiras integrantes do petrolão, em endereços precisos, circunstâncias e locais dos cerca de 15 encontros que teve com Iara, identificada por ele como intermediária exclusiva de Renan e Jader Barbalho. O depoimento de Parente é peça-chave na estrutura narrativa que a procuradoria monta para caracterizar o envolvimento de Renan no esquema que sugou bilhões de reais da Petrobras. Com a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, percebeu-se a força da metodologia da PGR. Na fundamentação de sua decisão, o juiz Sergio Moro elencou uma dúzia de investigações conduzidas pela equipe que despacha com o procurador-geral, Rodrigo Janot.