Zeitgeist era a palavra que o filósofo alemão Friedrich Hegel usava para descrever o “espírito do tempo”. Ele empregava este conceito para interpretar o pulso cultural e intelectual do mundo, em uma determinada época da história.
Porque me lembrei desta palavra? Eu estava no centro do Recife, quando o ex-presidente Lula realizou o seu mais recente discurso. Na última quarta-feira. Mas aquele petista, que já carregou consigo o peso da esperança e encantou multidões, já não era mais o mesmo. E isso era evidente no seu rosto cansado. Na militância tímida. Na sua voz ainda mais rouca. Na sua idade avançada. Naquele momento, tive a sensação de que o “espírito do tempo” da política nacional, se é que podemos fazer esta analogia, ganhou outros contornos.

Mas este recomeço não pode estar somente focado na tentativa de voltar a um lugar que já se des-locou.