Marília afirma que por enquanto está estreitando laços com o PT (Foto: Wilfred Gadêlha/Divulgação)
Marcelo Montanini
Folha de Pernambuco
Dez dias após receber o convite do superintendente da Sudene, João Paulo (PT) para integrar as hostes petistas visando a eleição municipal de 2016, a vereadora Marília Arraes (PSB) segue recebendo acenos do Partido dos Trabalhadores (PT). A presidente estadual do partido, deputada Teresa Leitão afirmou que colocará em pauta na plenária que ocorrerá na próxima sexta-feira (13) o ingresso da vereadora.
Nessa sexta-feira (6), o site do partido reproduziu as críticas que a socialista fez ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em caso de filiação, Marília poderá ser o ‘plano b’ do PT em caso de inexigibilidade de João Paulo a uma possível candidatura à Prefeitura do Recife no pleito do próximo ano. No entanto, anúncio deve ocorrer apenas em março.

Desde a última campanha eleitoral, em 2014, Marília e petistas vêm conversando e estreitando os laços. Neste tempo, ela já conversou com senador Humberto Costa (PT), ex-vereador Dilson Peixoto (PT) – para o qual ela fez campanha – e alguns vereadores do partido. “Estamos conversando e estreitando as relações e é uma possibilidade forte”, afirmou Marília. “A princípio eu penso na reeleição (à Câmara Municipal do Recife), mas, se for uma ideia em comum para tirar o PSB da Prefeitura do Recife, independente das chances de vitória ou não, eu aceitaria [participar da chapa majoritária]”, acrescenta.
Questionado sobre a presença da socialista numa eventual chapa majoritária, João Paulo disse que a vereadora está preparada para qualquer missão. “Ela é uma liderança importante para qualquer tarefa”, ponderou, acrescentando que vai se reunir com a presidente e o vice-presidente estadual do PT, Teresa Leitão e Bruno Ribeiro, respectivamente. Ambos não deram declarações, mas confirmaram o interesse na filiação da vereadora.
Caso o ex-prefeito João Paulo seja condenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) por supostas irregularidades nas contas de 2008, enquanto prefeito do Recife, seu nome seguirá numa lista para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que vai decidir sobre a situação do petista. Como o processo se trata de não cumprimento dos percentuais mínimos de repasses na área da Educação (25%) e Saúde (15%) há de fato o risco do petista ficar inelegível para a campanha de 2016.
Internamente petistas tratam o nome de João Paulo não apenas como candidato natural, mas como o único ator em condições de agregar o partido para o pleito no Recife.