Por Madeline Chambers
BERLIM (Reuters) - A Alemanha pediu que o principal representante da inteligência dos Estados Unidos em Berlim deixe o país, adotando uma medida extremamente rara que reflete a profunda irritação do governo alemão com a descoberta, em apenas uma semana, de dois suspeitos de espionarem para os norte-americanos.
O escândalo levou a uma nova tensão nas relações da Alemanha com um dos seus aliados mais próximos, depois das revelações feitas no ano passado pelo ex-prestador de serviços de inteligência dos EUA Edward Snowden de que os norte-americanos espionavam os alemães, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel.
"O pedido foi feito tendo em vista a investigação em andamento por parte do procurador-chefe federal e questões que emergiram há meses sobre as atividades dos serviços de inteligência dos EUA na Alemanha", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.

Merkel fez sua mais firme declaração até agora sobre a suposta espionagem, que ela disse pertencer à era da Guerra Fria.
"Do meu ponto de vista, espionar aliados... é perda de energia. Nós temos tantos problemas, nós deveríamos focar em coisas importantes", declarou a chanceler a repórteres.
"Na Guerra Fria talvez houvesse desconfiança geral. Hoje estamos vivendo no século 21. Hoje existem ameaças completamente novas", afirmou.
(Reportagem adicional de Stephen Brown, Michelle Martin, Thorsten Severin e Andreas Rinke)