Estado de Minas
A venda de ingressos ligados a uma quadrilha internacional que agia no Brasil envolveu partidas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. As investigações não determinaram a quantidade por estádio nem especificaram em que jogos programados para o Mineirão houve uso desses bilhetes. Na noite de terça-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve nove pessoas no Rio de Janeiro, onde fez apreensão de 130 entradas, e duas em São Paulo. Há mais sete que podem ser presas.
Apontado como líder, o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, foi detido na manhã de terça-feira num apartamento de três quartos que alugou num condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Ele vive em Dubai e tem escritório na Suíça. Lotes de tíquetes, conforme os investigadores, eram vendidos entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.
A estimativa era de que o grupo movimentaria em torno de R$ 200 milhões a cada torneio. Fofana circulava num carro com adesivo da Fifa e tinha acesso aos eventos oficiais da competição. A entidade ainda não se pronunciou sobre esta possível conexão. “Não temos novidades, não podemos falar nada, pois precisamos ver os ingressos. Podem ser falsos. Precisamos checar no aparelho de validação e só a Fifa pode testar a veracidade desses ingressos apreendidos”, declarou Delia Fischer, porta-voz.
Só no jogo entre Brasil e Camarões, em Brasília, esses cambistas teriam lucrado R$ 500 mil com a venda de 22 ingressos, indicou o delegado Fábio Barucke. “Tenho elementos suficientes para entender que ele estaria associado a algum membro da Fifa”, completou. Para a final da Copa, em 13 de julho, no Maracanã, a quadrilha projetava obter R$ 35 mil com a venda de uma só entrada.
ESCUTAS As investigações policiais começaram há três meses e se basearam principalmente em escutas telefônicas. Figuras cujas conversas foram gravadas com Fofana, como Roberto Assis Moreira, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, além do ex-jogador e ex-técnico da Seleção Dunga serão convocados para depor. De acordo com a polícia, há imagens de diversas personalidades, entre elas o ex-jogador e deputado federal Romário, com os cambistas presos.
O diálogo com Assis durou cinco minutos e ocorreu em 17 de junho. Ele queria saber se Fofana havia recebido ligação de um grupo de amigos dele, que queriam ingressos para ir aos jogos. Nesse diálogo, Lamine convidou o empresário a participar de uma festa que daria numa cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, onde assistiriam ao jogo entre França e Equador, revelando que teria gasto R$ 9 mil só em uísque. Procurado, Assis não retornou o contato da reportagem.
O GRAMPO EM ASSIS
Assis: Meus amigos te ligaram. Você não tinha mais ingressos?
Fofana: Dois amigos seus me ligaram e tivemos um pequeno problema. Ele me ligou e 15 dias depois achou que o ingresso era o mesmo. E eu não sou cambista.
Assis: (risos). Claro! Ele me perguntou e eu disse: ‘Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua maneira... Fala com ele porque eu também não sou cambista. (risos).
Fofana: Eu tenho VIP. Tenho muitos VIPs. Não tenho categoria 3 (...) Onde você está, no Rio?
Esquema gigante
R$ 200 milhões
o grupo movimentaria a cada Mundial
11
cambistas presos
130
ingressos apreendidos
10
teriam sido conseguidos junto à CBF
A venda de ingressos ligados a uma quadrilha internacional que agia no Brasil envolveu partidas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. As investigações não determinaram a quantidade por estádio nem especificaram em que jogos programados para o Mineirão houve uso desses bilhetes. Na noite de terça-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve nove pessoas no Rio de Janeiro, onde fez apreensão de 130 entradas, e duas em São Paulo. Há mais sete que podem ser presas.
Apontado como líder, o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, foi detido na manhã de terça-feira num apartamento de três quartos que alugou num condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Ele vive em Dubai e tem escritório na Suíça. Lotes de tíquetes, conforme os investigadores, eram vendidos entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.
A estimativa era de que o grupo movimentaria em torno de R$ 200 milhões a cada torneio. Fofana circulava num carro com adesivo da Fifa e tinha acesso aos eventos oficiais da competição. A entidade ainda não se pronunciou sobre esta possível conexão. “Não temos novidades, não podemos falar nada, pois precisamos ver os ingressos. Podem ser falsos. Precisamos checar no aparelho de validação e só a Fifa pode testar a veracidade desses ingressos apreendidos”, declarou Delia Fischer, porta-voz.
Só no jogo entre Brasil e Camarões, em Brasília, esses cambistas teriam lucrado R$ 500 mil com a venda de 22 ingressos, indicou o delegado Fábio Barucke. “Tenho elementos suficientes para entender que ele estaria associado a algum membro da Fifa”, completou. Para a final da Copa, em 13 de julho, no Maracanã, a quadrilha projetava obter R$ 35 mil com a venda de uma só entrada.
ESCUTAS As investigações policiais começaram há três meses e se basearam principalmente em escutas telefônicas. Figuras cujas conversas foram gravadas com Fofana, como Roberto Assis Moreira, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, além do ex-jogador e ex-técnico da Seleção Dunga serão convocados para depor. De acordo com a polícia, há imagens de diversas personalidades, entre elas o ex-jogador e deputado federal Romário, com os cambistas presos.
O diálogo com Assis durou cinco minutos e ocorreu em 17 de junho. Ele queria saber se Fofana havia recebido ligação de um grupo de amigos dele, que queriam ingressos para ir aos jogos. Nesse diálogo, Lamine convidou o empresário a participar de uma festa que daria numa cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, onde assistiriam ao jogo entre França e Equador, revelando que teria gasto R$ 9 mil só em uísque. Procurado, Assis não retornou o contato da reportagem.
O GRAMPO EM ASSIS
Assis: Meus amigos te ligaram. Você não tinha mais ingressos?
Fofana: Dois amigos seus me ligaram e tivemos um pequeno problema. Ele me ligou e 15 dias depois achou que o ingresso era o mesmo. E eu não sou cambista.
Assis: (risos). Claro! Ele me perguntou e eu disse: ‘Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua maneira... Fala com ele porque eu também não sou cambista. (risos).
Fofana: Eu tenho VIP. Tenho muitos VIPs. Não tenho categoria 3 (...) Onde você está, no Rio?
Esquema gigante
R$ 200 milhões
o grupo movimentaria a cada Mundial
11
cambistas presos
130
ingressos apreendidos
10
teriam sido conseguidos junto à CBF