Luiz Filipe Freire
Folha-PE
A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) foi multada em R$ 173 mil por conta da falta de manutenção preventiva no local em que o garoto Ênio Marcondes Ferreira de Brito, de 11 anos, morreu após levar um choque elétrico em janeiro deste ano. A decisão foi da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), que não aceitou as alegações de defesa interpostas pela concessionária.
A criança perdeu a vida depois de pisar em um fio e sofrer uma descarga elétrica na rua Irã, no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. Moradores da área disseram, na época, que os condutores ficavam constantemente pendurados e até caíam dos postes. Apesar de comparecerem à localidade para fazer os reparos, os técnicos da Celpe nunca resolviam o problema definitivamente, segundo os relatos.

O valor da multa aplicada corresponde a menos de 1% do faturamento líquido anual da Celpe. A informação consta no despacho assinado pelo coordenador de Energia Elétrica da Arpe, Hamilton Marcelo Morais Lins, publicado no Diário Oficial do Estado da última quinta-feira (10). Ainda segundo a Agência, a empresa pode recorrer da decisão.
A punição não é inédita, já que, em novembro do ano passado, a concessionária também tinha sido multada pela Arpe em cerca de R$ 170 mil. A punição foi referente à morte de Davi Santiago de Lima Filho, de 37 anos, em junho do mesmo ano. O músico e advogado foi eletrocutado depois de ter tido contato com um fio desencapado no bairro de Boa Viagem, no Recife.
A Celpe, por sua vez, informou que “analisará o conteúdo do processo administrativo e adotará as medidas cabíveis”, reforçando que “combate permanentemente a prática de ligações clandestinas”, argumento também usado pela concessionária para explicar os problemas nos fios em Pau Amarelo na época do acidente com Ênio.