Alegando temor com violência, ativistas do Ocupe Estelita encerram acampamento no cais José Estelita

Antônio Assis
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Blog do Jamildo

Foto: Elvis de Lima/NE10
Após 50 dias da ocupação do Cais José Estelita, os ativistas do movimento Ocupe Estelita decidiram encerrar nesta quinta-feira (10) o acampamento montado do lado de fora do terreno onde deve ser construído o projeto Novo Recife. Temendo atos de violência, o grupo de manifestantes não vai mais passar as noites no cais, mas promete manter as ações culturais e palestras durante o dia. O movimento havia organizado um luau para a noite desta quinta.
Segundo a advogada Liana Cirne Lins, o movimento não está se desmobilizando, mas mudando a estratégia de atuação.

“Estamos deixando de dormir na ocupação, não é uma desmobilização. Grupos de apoio ao Projeto Novo Recife e grupos de incitação à violência estão fazendo apologia a violência física e a agressão moral aos ocupantes”, disse ao Blog.
A advogada não revelou quem são essas pessoas e nem que tipo de ações têm realizado contra os ativistas, mas disse que “grupos de incitação ao ódio” estão se manifestando pela Internet.
“Não é uma violência espontânea. É uma violência orquestrada”, garantiu.
Informações de bastidor dão conta de que desde que os ativistas deixaram o terreno do Novo Recife após a reintegração de posse ocorrida no dia 17 de junho, a ocupação ficou vulnerável à insegurança, principalmente durante à noite, e agora a situação teria chegado num ponto insustentável.
“A nossa causa é a cidade, a nossa causa são as pessoas. E a gente não pode esperar acontecer alguma coisa para surgir um mártir nesse movimento”, afirmou Liana.
Os ativistas informaram que pediram apoio da polícia, mas os chamados não foram atendidos e se queixaram da falta de interesse em defender os manifestantes.
A ocupação do Estelita começou no dia 21 de maio após o início da demolição dos armazéns existentes no terreno onde pode ser erguido as 12 torres do empreendimento. A partir de então, a Prefeitura do Recife iniciou um processo de renegociação do projeto e uma audiência pública para definir os parâmetros urbanísticos para a construção foi marcada para o dia 17 deste mês.
Neste momento, três barracas com no máximo oito pessoas estão no local. Desde a manhã desta quinta-feira, já existiam rumores de que a ocupação iria para o espaço.
Sem apoio e sem suporte, principalmente sem holofotes, não houve outra saída. Os organizadores do protesto chegaram a pedir a Prefeitura da Cidade do Recife a colocação de banheiros químicos para serem instalados na praça.
Colaborou Jamildo Melo, editor do Blog

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