Mariana Almeida, Pernambuco 247 - O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB-PE) afirmou que se o PSB lançar um candidato próprio ao Governo de Minas Gerais, o PSDB também vai arquitetar o lançamento de uma chapa própria em Pernambuco, pondo fim ao pacto de não-agressão entre os presidenciáveis Eduardo Campos e Aécio Neves. A ação quebraria a aliança firmada entre as duas legendas após a adesão de membros do PSDB na basedo governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em janeiro. “O entendimento do partido é de que, se o PSB não quer ficar conosco, nós também não queremos ficar com eles”, afirmou o parlamentar.

Caso o PSDB lance um candidato ao governo pernambucano, o nome do próprio Daniel Coelho, que foi candidato à prefeitura do Recife e conquistou 27,65% dos votos, foi considerado como uma opção. O deputado estadual Betinho Gomes (PSDB-PE) e o vereador André Regis (PSDB-PE) também foram considerados.
Nesta terça-feira (13), Campos afirmou que os debates acerca das movimentações locais só vão terminar em junho, com a convenção do partido, mas não descartou a possibilidade de lançar um candidato socialista para disputar o governo mineiro. Atualmente, a aliança entre o PSB e o PSDB em Minas garante apoio à candidatura do tucano Pimenta da Veiga (PSDB-MG). Em Pernambuco, o beneficiado é Paulo Câmara (PSB)
A aliança com os tucanos, entretanto, é contestada pela ex-ministra Marina Silva (PSB), que será vice na chapa presidencial de Campos. Marina tem se posicionado de forma contrária a alianças com o PSDB, e defende a postulação de um nome próprio no Estado. O candidato preferido pela ex-ministra seria o ambientalista Apolo Heringer-Lisboa (PSB). Membros do PSB, entretanto, afirmam que o nome de Heringer-Lisboa é defendido por membros da Rede Sustentabilidade – partido criado por Marina e rejeitado no Tribunal Superior Eleitoral – e que a legenda ainda pode lançar outro nome para a disputa.
O presidente do PSDB em Pernambuco, Bruno Araújo, já afirmou que se o PSB lançar candidatura própria em Minas, o PSDB também lançará um candidato em Pernambuco. “Pau que dá em Chico também dá em Francisco. Na hora em que o entendimento entre os dois presidenciável é desfeito, vale para o outro também”, afirmou o tucano, na ocasião.
Sobre a declaração realizada pelo ex-ministro e pré-candidato ao Senado pelo PSB, Fernando Bezerra Coelho, de que em um eventual segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), Daniel Coelho foi categórico: “achamos que esse assunto já está superado, até porque o PSB já afirmou que a fala de Bezerra Coelho não representa o partido”, afirmou. A afirmação de FBC, entretanto, demonstra que o pacto firmado entre Campos e Aécio pode estar perto do fim.
A aliança foi firmada entre os dois presidenciáveis em janeiro. A ideia era evitar ataques mútuos, o que beneficiaria a presidente Dilma Rousseff (PT) em sua tentativa de reeleição ao Palácio do Planalto. Além disso, o PSDB iria apoiar o PSB em Pernambuco, com o contrário acontecendo em Minas. E por último, no caso de um segundo turno, o presidenciável que passasse para a próxima fase receberia o apoio do que fosse derrotado nas urnas.
Tanto Campos quanto Aécio, entretanto, já parecem ter abandonado o pacto de não-agressão, e já trocaram algumas farpas em público. Ao comentar a declaração de Marina, de que o PSDB “cheia a derrota” em um segundo turno contra o PT, Campos classificou a afirmação como “um fato”. Já Aécio Neves também criticou o concorrente socialista: “sinceramente, ouvindo o Eduardo falar, não o considero como meu concorrente”, disparou o tucano, no início do mês, durante o fórum de Comandatuba, na Bahia.