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Foto: Alexandre Severo/JC Imagem
Nesta sexta-feira, dia 08 de novembro, Olinda antecipa em dois dias as comemorações de um dos atos pioneiros da cidade: o Primeiro Grito de República proferido em 1710, antes mesmo do início da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos da América. Neste dia, a Prefeitura promove um Desfile Cívico, reunindo escolas e crianças na retomada da saudosa tradição dos desfiles, no município.
O evento, que é realizado pela prefeitura em parceria com a Câmara de Vereadores e o Instituto Histórico de Olinda, inicia a partir das 15h, em frente às ruínas do Senado, no Mercado da Ribeira, com a presença do prefeito Renildo Calheiros, autoridades políticas e representantes das entidades que estarão desfilando. Na ocasião, haverá hasteamento das bandeiras, hinos e queima de fogos para anunciar o inicio do desfile.
Participam do desfile, escolas municipais, estaduais e particulares, Escoteiros, Escolas Militares, Exercito, Aeronáutica, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, SAMU, entidades sociais e agremiações carnavalescas entre elas, a Mulher do Dia e o Homem da Meia Noite. Bandas, fanfarras e a orquestra do Centro Educacional de Música de Olinda (CEMO) também estão confirmadas.
A concentração dos participantes começa a partir das 13h30, na Praça do Carmo. Ao todo, o percurso do desfile será de aproximadamente 1 km, começando na Avenida Liberdade e dispersando na Rua 15 de novembro (em frente à Câmara de Vereadores de Olinda).
HISTÓRICO - O dia 10 de novembro de 1710 foi a data em que se deu o 1º Grito de República. Em seguida, sustentou-se uma luta contra os portugueses aqui residentes e a própria coroa lusitana, na chamada “Guerra dos Mascates”. Antes disso, já houvera movimentos de resistência aos colonizadores europeus, de natureza popular, formados principalmente por negros e indígenas, como o Quilombo dos Palmares e a Confederação dos Tapuias, no Brasil. Somente 66 anos depois do nosso grito de República houve algo semelhante em Boston, Filadélfia, que resultou na fundação dos Estados Unidos.
A cidade declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pode ser chamada de “mãe da República”. Mas sua contribuição foi muito além daquele evento tricentenário. Há duzentos anos, o seu Seminário era a melhor escola do País, ao nível dos mais destacados liceus daFrança, por lá tendo passado líderes políticos e pensadores como Frei Caneca, Arruda Câmara, Azeredo Coutinho, Padre Miguelinho, João Ribeiro Montenegro e vários outros que tiveram fundamental participação no processo de independência e na fundação da nação brasileira.
E ainda na primeira metade do século 19 ela daria seguimento à sua vocação de centro irradiador do pensamento nacional, sediando, juntamente com São Paulo, um dos dois primeiros cursos de Direito, assim como as primeiras faculdades brasileiras de Agronomia e de Veterinária.