Bruna serra
JC Online
Bezerra Coelho deve assumir uma das vice-presidência da Executiva nacional do PSB
Hélia Scheppa/JC Imagem

No dia seguinte a sua despedida da Esplanada dos Ministérios, após dois anos na pasta da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) deu início, ontem, a um novo ciclo político. Seu novo desafio será coordenar o provável programa de governo de Eduardo Campos (PSB) para presidente da República. O convite foi feito pelo próprio governador, que encontrou-se a portas fechadas com o ex-ministro ontem, no Centro de Convenções, sede provisória do governo estadual.
“Ele (Eduardo) me pediu que desse minha colaboração coordenando um fórum que o PSB deve fazer, com encontros Brasil afora, para colher subsídios e contribuições da sociedade brasileira para construção de um eventual programa de governo do PSB, tendo em vista as eleições presidenciais do ano que vem”, contou o ex-ministro. Serão sete reuniões em todo o Brasil. O fórum se chamará “Diálogos para o Desenvolvimento”.
No dia 16, em Brasília, ocorrerá uma grande reunião onde serão definidos os demais integrantes do grupo que escolherá quais as prioridades de um eventual governo socialista no Brasil. Bezerra Coelho também foi convidado para integrar a Executiva nacional do PSB. Até aqui, o ex-ministro fazia parte apenas do diretório nacional. “Devo ocupar uma das vice-presidências da legenda. O partido tem mais de uma”, esclareceu. Atualmente, a Executiva do PSB tem quatro vice-presidentes.
Com a nova função, Bezerra Coelho assume também uma posição de protagonismo no cenário local. É de domínio público que o ex-ministro deseja ser escolhido como candidato a governador na chapa encabeçada pelo PSB. Devido a sua proximidade com o PT nacional e com a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro também poderá atuar na mediação dos conflitos com o Partido dos Trabalhadores.
Apesar de ter deixado a maioria dos cargos no governo, Eduardo Campos tem defendido que o PSB não deve integrar a oposição no Congresso. Fernando Bezerra, portanto, também poderá atuar como “bombeiro” na relação dos dois partidos em algumas pautas de interesse nacional.
Longe da Esplanada, o ex-ministro ficará livre para percorrer o Estado, reforçando os laços com a sua base, estabelecida, principalmente, no Sertão. Além disso, ele deve aproveitar as obras desempenhadas durante sua gestão no ministério para barganhar.
Bezerra Coelho tem andando com documentos que apontam para a ampliação dos investimentos do ministério em Pernambuco durante a sua administração. Sobre a sucessão estadual de 2014, ele disse que o cenário continua em suspenso. “Mas eu não só tenho confiança, como muita fé e muita animação”, encerrou.