Acostumado a denunciar práticas de corrupção, o PCdoB passa a conviver com seguidos escândalos envolvendo seus dirigentes
Josie Jeronimo
Istoé
Na última semana, depois de quase um ano de investigações sigilosas, a Polícia Federal mobilizou mais de 150 agentes e voltou a levar comunistas para a cadeia. Desta vez não com base em uma famigerada lei de segurança nacional, mas por violações ao código penal. Na segunda-feira 29, o secretário do Meio Ambiente do Rio Grande Sul, Carlos Fernando Niedersberg, líder do PCdoB no Estado e homem de confiança do governador Tarso Genro (PT), foi preso sob a acusação de ser um dos comandantes de uma máfia especializada na concessão fraudulenta de licenças ambientais para a construção de condomínios de luxo, autorizações para atuação de empresas no setor de mineração e lavagem de dinheiro. O grupo, segundo os delegados da PF, era composto por funcionários públicos e consultores ambientais e atuava não só no governo estadual como em diversas prefeituras. “Em pouco tempo, esse homem aparelhou a Secretaria do Meio Ambiente e a transformou em uma central de cobrança de propinas”, disse um dos delegados da PF que lideraram a chamada Operação Concutare. Eles não revelaram o total de recursos movimentados pela quadrilha, mas asseguram que cada autorização irregular custava cerca de R$ 70 mil. Agora, a PF deve iniciar uma nova investigação para saber qual o destino dado ao dinheiro obtido com a corrupção. Há suspeitas de que parte dele possa ter irrigado as finanças comunistas.