Parlamentares esperam ter maior poder de barganha

Antônio Assis
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Júnia Gama e Fernanda Krakovics
O GLOBO


Entre parlamentares da base governista e mesmo em parte da oposição, o clima é de comemoração com a nova configuração do Congresso. Ter as duas Casas comandadas por parlamentares importantes do PMDB e líderes com perfis mais beligerantes dará maior poder ao Legislativo diante do Executivo. Apesar de muitos não admitirem oficialmente, essa é a aposta de senadores e deputados que, mesmo pertencendo ao PT ou a legendas de apoio ao governo, estão mais preocupados em recuperar poder de barganha do que em viabilizar a gestão da presidente Dilma Rousseff.

Reservadamente, um deputado da cúpula petista afirma que, com parlamentares como Eduardo Cunha (RJ), o novo líder do PMDB, e Anthony Garotinho (RJ), novo líder do PR, será mais fácil obrigar Dilma a fazer política. Leia-se: satisfazer os interesses dos parlamentares.
— Dilma precisa mesmo fazer mais política, 100% da bancada do PT têm queixas de que não é atendida. Ser líder do governo tornou-se o emprego com maior insalubridade no Brasil. Nem sempre a agenda dessas figuras do PMDB é a nossa, sabemos que eles têm interesses próprios, mas é bom ter deputados mais “marrentos” no comando. Tem uma torcida surda por eles aqui na Câmara. Dilma é muito irascível, vai ter que aprender na marra a ter mais conversas com todos os segmentos, até porque, no ano que vem, vai disputar a reeleição — afirma esse petista.

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