Uma breve história da Baixada Fluminense

Antônio Assis
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Blog do Luis Nassif

Palco de tragédias evitáveis ano após ano, a Baixada Fluminense ou Recôncavo da Guanabara como era chamada no passado, pode ser comparada a uma pequena África. Pois semelhante àquele continente, há séculos que tudo que ela possui de melhor é pilhado e levado daqui, inclusive seus homens e mulheres, pois basta permanecermos um pouco pela manhã na Avenida Brasil para vermos os ônibus lotados que dela provém em direção à cidade maravilhosa, sem falar das massas humanas que os trens de Belford-Roxo, Queimados, Japeri e Saracuruna despejam na Central do Brasil todos os dias.

Além disto, sabe-se que da Baixada saiu, no final do século XIX, toda água para abastecer o Rio de Janeiro, méritos dados a um engenheiro que havia prometido fornecer o líquido precioso aos cariocas em apenas seis dias. (tempos depois, os cariocas retribuíram mandando todo seu lixo pra cá e hoje mandam também bandidos). Daqui saiu também madeira para as caldeiras dos trens e barcos a vapor, dormentes,  móveis, estacas para construções. Daqui também saiu tecido, cana, café e laranjas que eram até exportadas. Carne, hortaliças etc. Por aqui também passou grande parte do ouro de Minas, que impulsionou o capitalismo europeu no século XIX. Tudo passou, saiu. Mas o que ficou? Ruínas de igrejas, portos fluviais e de ferrovias. Malária, desolação, pobreza.

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