Collor Paga Três Funcionários Particulares com Dinheiro do Contribuinte

Antônio Assis
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Andrei Meireles
Época

SUJEITO OCULTO O senador Fernando Collor (no alto)  e o jardineiro Acemilton Gonçalves da Silva, entre as folhagens em  frente à Casa da Dinda (acima). Contratado secretamente, Acemilton recebe do Senado para cuidar  das plantas na casa de Collor   (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo e Igo Estrela/ÉPOCA)

Acemilton Gonçalves da Silva não precisa bater ponto, mas é um trabalhador pontual. Todo dia, por volta das 8 da manhã, dá início a sua exaustiva jornada de trabalho. Acemilton é jardineiro, mas, se preciso, quebra uma como encanador e eletricista. Ele detém uma das funções mais delicadas da República: manter a boa aparência dos célebres e exuberantes jardins da Casa da Dinda, residência da família Collor de Mello desde a década de 1960 e atual morada do senador Fernando Collor (PTB-AL) em Brasília. São jardins inesquecíveis – especialmente para os contribuintes. Durante o curto período de Collor na Presidência da República, entre 1990 e 1992, os jardins da Dinda receberam cascatas e lagos artificiais. A obra foi calculada na ocasião em cerca de US$ 2,5 milhões. Dinheiro não era problema naquele tempo. Os recursos haviam sido fornecidos pelo ex-tesoureiro de campanha de Collor, Paulo César Farias, o PC, que os arrecadara com empresários que dependiam do governo. As fotos do local entraram para a história como um dos indícios de corrupção que, meses depois, derrubariam Collor.

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