Suape é Primeiro Porto a Integrar Abeeólica

Antônio Assis
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Tatiana Notaro
Folha-PE

Esta semana, o Complexo Industrial Portuário de Suape se tornou membro da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), sendo o primeiro porto do País a integrar-se ao grupo.

Segundo o coordenador de Desenvolvimento Econômico de Suape, Leonardo Cerquinho, significa que o Complexo passa a fazer parte da cadeia eólica. “É uma forma de mostrar nosso processo de composição da cadeia, que temos interesse em atrair grandes fabricantes e fornecedores”, comentou.

Durante a Brazil Wind Power 2012, encerrada ontem no Rio de Janeiro, o presidente de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Frederico Amâncio, disse que a relação com a Abeeólica fortalece o interesse do Estado em constituir um cluster eólico. “Saímos da posição de meros atratores de investimentos para realmente nos consolidarmos como uma parcela significativa nesse setor”, disse.
De acordo com Cerquinho, é possível que ainda este ano haja mais empresas se instalando no Estado, tanto grandes indústrias quanto sistemistas. “Há possibilidade delas se instalarem em Suape e nas cidades vizinhas, aproveitando incentivos fiscais”. O atual cluster eólico de Pernambuco, em Suape, tem em operação as fábricas da Impsa (aerogeradores) e da Gestamp (torres) e, em construção, uma unidade da LM Wind (pás eólicas). O Governo estima que, até 2014, serão 2,8 mil empregos no setor em Pernambuco.

Na opinião do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especialista em Energia, Heitor Scalambrini, o fortalecimento da cadeia naval em Pernambuco não compensa a quantidade de fontes de energia suja já em operação no Estado. “Há muito mais um interesse comercial nisso”, argumenta. Ele disse que se tornar referência na indústria não significar implementar fontes limpas de energia. “Enquanto temos 25 megawatts (MW) instalados de eólica, temos mil MW de energia não renovável”, compara, referindo-se às usinas Suape I (50 MW) e Suape II (350 MW), movidas a óleo combustível, e a Termo Pernambuco (500 MW), movida a gás natural.

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