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A criação da ciclofaixa no binário das estradas do Arraial e do Encanamento, no bairro do Parnamirim, mostrou o início de uma mudança de postura em relação aos modais prioritários para o trânsito do Recife. Mas a tentativa implementada há uma semana de reservar um espaço das vias para a circulação de ciclistas também expôs a fragilidade do processo de educação para o trânsito de motoristas, motociclistas e ciclistas. O desconhecimento sobre as linhas brancas e vermelhas pintadas no chão, além da falta de sinalização adequada, ainda confunde muitas pessoas. O resultado são motoristas trafegando na ciclofaixa, motociclistas aproveitando a área como corredor, ciclistas andando na contramão e muitos outros evitando circular pela faixa com receio de um possível acidente.
A área destinada aos ciclistas ocupa 1,7 metro da largura total da via, somando-se aos atuais 22,5 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas da cidade. Apesar de ter a demarcação pintada no chão, a divisão é questionada por muitos motoristas. “Muitos ainda me perguntam o que é isso no chão”, contou o frentista de um posto próximo ao início da ciclofaixa da Estrada do Arraial, Giovani Gomes, 39 anos. Ele acredita que a falta de sinalização ainda é o principal motivo para o desconhecimento. “Era preciso ter um aviso a cada 100 metros. Têm apenas algumas placas, mas eles passam imperceptíveis”, opina.
Outro problema é a falta de utilização da ciclofaixa. Para o auxiliar de serviços gerais Paulo Sobral, 37, a explicação ainda está na falta de segurança. “Na minha opinião, deveria ter mais sinalização mesmo. Ou, pelo menos, algo que dividisse a ciclofaixa”, reclama. Dentro de uma semana, motoristas e motociclistas que forem pegos na ciclofaixa poderão ser multados (infração gravíssima e valor de R$ 594). Segundo a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Maria de Pompéia Pessoa, a ciclofaixa atende às recomendações do Código Brasileiro de Trânsito .