PT e a Democracia de Cartório

Antônio Assis
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Quem acompanha o Acerto de Contas sabe que não tenho (nem Bahé) a menor simpatia pela gestão de João da Costa. Pessoalmente nem o conheço, a não ser de um ou dois encontros casuais.

E não nego que estava torcendo pela eleição de Maurício Rands na prévia interna e ainda achei uma solução inteligente a marcação de uma nova prévia, dado o histórico de confusão que marcou o confronto entre Rands e o Prefeito João da Costa.

Dado tudo isso, fico muito à vontade para fazer este comentário e começar este texto.

O que estão fazendo com o Prefeito João da Costa (e por tabela já fizeram com Maurício Rands) é um absurdo.

Vá lá que não gostem da gestão do Prefeito. Que argumentem que ele não tenha juntado politicamente a cúpula. Que afirmem que não havia condições políticas para unir a Frente Popular.

Ele não tinha o direito automático de se candidatar, mas simplesmente não dar o direito dele tentar é um estupro político.

E olha que ele não representa pouca gente, sejam os interessados comissionados ou não (são filiados). O submeteram a uma prévia e ele (até que se prove o contrário) ganhou.

Deram uma sentença de morte política a ele, e ainda o estão ameaçando de expulsão, como se ele tivesse algo a perder com isso. Pode até perder o partido e a candidatura, mas ganha o respeito de quem acha essa imposição uma canalhice.

Miguel Arraes teria um recado ao PT

Essa é a democracia de cartório petista. Se não deu o resultado que a cúpula esperava, que façam a intervenção necessária para fazer a vontade do seu dono.

Gosto muito de Humberto Costa, já votei nele várias vezes, inclusive na última para Senador (mesmo com Joaquim Francisco de suplente), mas nesta disputa ele representa apenas a cúpula do partido.

Vai ser o candidato da carteirada, já que foi preciso uma imposição cartorial da cúpula para que se viabilizasse localmente.

Só espero que tenha a decência de defender a gestão de João da Costa, pois até outro dia dominava diversas secretarias por lá. Sugaram as benesses do poder até onde foi conveniente, apesar de não hesitarem em chutar João da Costa como se este não representasse nada.

Ao tentar arrumar o partido pela cúpula, o partido esqueceu uma antiga mensagem de Arraes: “a unidade fundamental não é a unidade do partido, mas a unidade do povo”.

E pior, esqueceram de avisar a ele, o “povo”.

Acerto de Contas

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