PSDB só usa Aécio, FHC, Alckmin e Serra na TV

Antônio Assis
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Fernando Rodrigues

Presença de paulistas indica como o mineiro ainda depende da pacificação da legenda em São Paulo
O principal partido de oposição ao governo federal, o PSDB, foi à TV na noite de hoje (30.mai.2013) e escolheu apenas 4 de seus políticos para representar a legenda: o senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra.
Aécio foi a estrela do programa. O ocupou a maior do tempo. O programa amplia a estratégia já mostrada nos comerciais curtos, de 30 segundos, que estão sendo transmitidos há cerca de dez dias nos intervalos das programações das TVs e rádios: o senador tucano aparece descontraído, de calça jeans e  camisa social lisa para fora da calça (quem assiste pela TV pode conferir) e fala com pessoas “do povo”. Dirige-se à câmera para dizer como deve ser governado o país (a história antiga da “gestão”, um pouco incompreensível para a maioria).

O senador fala bem de perto. Na TV, o enquadramento é ostensivamente usado para mostrar a face de Aécio. É nítida a intenção de realçar a juventude do político de 53 anos que tentará tomar o lugar da atual ocupante do Planalto, a petista Dilma Rousseff, de 65 anos.
Aécio é mineiro. Precisa pacificar o PSDB para ser candidato a presidente em 2014, como deseja. A seção mais indômita da legenda é a paulista. Não por acaso, o programa partidário na TV e no rádio deu espaço a dois paulistas reticentes, Alckmin e Serra. E FHC, embora tenha nascido no Rio, fez toda a sua carreira política em São Paulo.
No caso da presença de FHC, o objetivo é um só: reconciliar o PSDB com seu passado. Tentar dar um mínimo de coesão para o discurso interno da legenda. O ex-presidente da República não é muito bom para ajudar Aécio a obter votos do público em geral, mas é um ímã para “tucanos de raiz” que se sentem órfãos de alguma referência no partido.
A propaganda funciona? Só as pesquisas dirão mais adiante.
Aécio está tentando calibrar seu discurso para 2014. É compreensível que tenha de fazer concessões ao público interno da legenda (com os espaços cedidos a FHC, Alckmin e Serra). Para o eleitorado mais amplo, a frase que tem sido mais repetida pelo senador mineiro é que o PSDB terá “tolerância zero” com a inflação –as pesquisas indicam que muita gente anda incomodada com a alta de preços.
Tudo considerado, apesar do mau momento da economia e das dificuldades políticas de Dilma Rousseff no Congresso, não está claro ainda se o discurso ensaiado por Aécio Neves será eficaz para alavancar a candidatura do tucano ao Planalto.


O programa é uma criação dos marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. Eis o vídeo:

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