Desfile reprovado

Antônio Assis
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Pelo menos três pré-candidatos a governador tentaram tirar uma casquinha no seminário que o Estado promoveu com os prefeitos em Gravatá. 

O primeiro deles, o secretário da Casa Civil, além de fazer um discurso atacando a gestão passada de Jarbas, senador hoje aliado do governador Eduardo Campos, assumiu a coordenação e papeou com convidados num jantar na quinta-feira que varou a madrugada. 

Mais discreto, o prefeito Geraldo Júlio também deu a entender na sua fala que está picado pela mosca azul. Geraldo acha que se fizer uma grande gestão no Recife em um ano e meio acumula milhas no voo da sucessão estadual de 2014.

Por fim, o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, que, além de fazer um pronunciamento com olho no Palácio das Princesas, assinou convênios, flertou com prefeitos e mostrou que tem a caneta na mão para ajudar os municípios, com o deliberado apoio da presidente Dilma. 

Mas aos que tentaram se turbinar no encontro, um recado do governador: ele não quer antecipar a discussão da sua sucessão em dois anos. 

O seminário, para ele, cumpriu rigorosamente o seu objetivo, de integrar as gestões municipais ao modelo do governo estadual, que prima pela desburocratização com planejamento e transparência. 

Nem  de longe o governador fez o encontro para desfile de candidatos, porque não deseja amputar um pedaço de um governo aprovado (segundo o Datafolha, Eduardo é o governador mais popular do País). 

Qualquer antecipação de 2014, na opinião do governador, prejudica o andamento da sua gestão, que tem ainda muitos frutos a colher em praticamente dois anos. 

O condutor da sucessão estadual é o próprio Eduardo, que só vai sinalizar na hora certa e espera que os que sonham em contar com o seu apoio tenham essa ampla compreensão e discernimento.

Magno Martins

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