Orquestra Sinfônica do Recife Comemora 82 Anos com Concerto Gratuito

Antônio Assis
0

DIARIODEPERNAMBUCO.COM

Nesta segunda-feira, a Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), mais antiga em atividade do Brasil, completa 82 anos reconhecida entre as melhores e mais atuantes orquestras do Norte e Nordeste. A data está sendo comemorada com um concerto gratuito marcado para as 20h, no Teatro de Santa Isabel.

O programa traz a obra “Madei-Mamoré”, do recifense Manoel Nascimento; e a Sinfonia nº 6, opus 74 – “Patética”, do russo Peter Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893), com regência do maestro Osman Giuseppe Gioia.

“Madei-Mamoré” é uma fantasia para orquestra com cinco temas. O primeiro tema (Verde) é uma referência ao pulmão do mundo que é a floresta amazônica. A melodia é feita pelo fagote com o acompanhamento das cordas. O segundo tema (Modinha) é uma canção que faz lembrar a lenda do boto que na época da lua cheia vinha conquistar as garotas dos vilarejos perto das margens dos rios. O terceiro (Sentimental) é uma canção de amor entre um índio e uma branca, um amor impossível, onde a melodia é feita pelo corne inglês, instrumento de sopro de sonoridade melancólica. O quarto tema (Camaleão) faz lembrar o movimento do trem de ferro com cordas e percussão. O quinto e último tema (Memory) é uma balada em homenagem a Percival Farquar, milionário americano que terminou a estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligação de Mato Grosso com o Atlântico pelos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas.

A Sinfonia n° 6, Opus 74 chamada “Patética” foi composta em 1893, sendo a última obra publicada do compositor e também a ultima que dirigiu. A estreia da obra foi realizada em São Petersburgo poucos dias antes da morte dele. A composição é sombria quase sempre com explosões de fúria e de grande lirismo. O próprio compositor a nomeou de “Pathétique”. A palavra portuguesa “Patética” no seu uso atual não traduz a intenção do compositor que queria dar com esta indicação a noção de que esta era uma obra para ser ouvida “com o coração”, uma obra que pretendia desencadear emoções fortes.

História - Fundada pela Sociedade de Concertos Populares como Orquestra Sinfônica de Concertos Populares, a OSR teve seu concerto inaugural em 30 de julho de 1930, no Teatro de Santa Isabel, tendo à frente um dos seus idealizadores, o maestro Vicente Fittipaldi. Em 1949, passau para a administração municipal e recebeu o título atual. Compositores ilustres como Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Marlos Nobre, Guerra Peixe, entre outros, apresentaram suas obras com a orquestra. Grandes regentes e solistas, a exemplo de Isaac Karabtchevsky, José Siqueira, Artur Moreira Lima e Nelson Freire, também emprestaram seus talentos à Sinfônica do Recife.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)