Seis anos do assassinato de Marielle motivam discursos no Plenário

Antônio Assis
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O sexto aniversário da morte de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, pautou pronunciamentos na reunião plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco, nesta quinta. Marielle foi assassinada a tiros dentro do carro que a conduzia no bairro do Estácio, região central do Rio. O motorista, Anderson Gomes, também foi alvejado e não sobreviveu. Quatro suspeitos dos crimes estão presos, entre eles os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Parlamentares discordaram sobre o questionamento acerca do mandante do crime.

A deputada Dani Portela, do PSOL, lamentou que, apesar de quatro suspeitos estarem presos, o caso permaneça não resolvido. Ela afirmou que o assassinato foi um crime político e enalteceu a atuação de Marielle. “Aqueles tiros que perpassaram Marielle perpassaram a democracia no nosso país, que não se completará de maneira plena enquanto o estado brasileiro não der a resposta de quem mandou matar uma vereadora eleita. É inadmissível que anos e anos se passem e a gente não tenha resposta para apresentar.”

Coronel Alberto Feitosa, do PL, protestou contra a violência na política, mas criticou as cobranças sobre quem mandou matar a vereadora. “Todo mundo sabe que foi o Ronnie Lessa o executor, e o mandante foi o Domingos Brazão. Não deixam essa mulher em paz, fazem da morte dela uma verdadeira bandeira política. A morte de Marielle é um absurdo, como também foi e é um absurdo, e até agora não foi desvendada a facada que deram em Bolsonaro.”

O posicionamento foi reforçado por Abimael Santos, também do PL, para quem o crime está solucionado. Doriel Barros, do PT, ressaltou que as cobranças sobre o assassinato da vereadora são por investigação e julgamento dos envolvidos, por justiça e em respeito à memória dela. Já a deputada Rosa Amorim, também do PT, salientou a importância do combate à violência contra mulheres na política. “Marielle Franco se transformou num símbolo de luta e resistência contra a violência política de gênero e para que cada vez mais as mulheres possam ocupar esse espaço. E nós não queremos perder mais nenhuma parlamentar por violência política de gênero no nosso país.”

O deputado Joel da Harpa, do PL, criticou a proposta encaminhada pelo Poder Executivo que reestrutura a carreira dos policiais militares, promovendo o fim das faixas salariais. Segundo o parlamentar, a iniciativa do governo não atende à expectativa da categoria, já que prevê a extinção das faixas somente em 2026. Ele informou que apresentou uma emenda ao projeto, com o objetivo de antecipar a medida para este ano. “Tentar empurrar uma coisa para 2026, quando no orçamento já tem 115 milhões previstos para ser acabado em 2024. Nós não iremos onerar o estado em nada, porque os 115 milhões já estão previstos no orçamento.”

Joel da Harpa ainda disse que o reajuste proposto não repõe as perdas com a inflação e convocou policiais e bombeiros militares a virem à Assembleia Legislativa demonstrar a insatisfação com o projeto. O deputado Fabrizio Ferraz, do Solidariedade, declarou apoio à causa e afirmou que o fim das faixas salariais é um pleito antigo e justo. A proposta está em tramitação na Alepe e será tema de audiência pública prevista para a próxima quarta.

A deputada Simone Santana, do PSB, classificou como lastimável o episódio de agressão a uma criança de quatro anos no município de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, na última segunda. A agressão ocorreu dentro de uma escola de educação básica e quem praticou foi o pai de um colega, incomodado com o abraço dado pela criança, que é negra. “Esse é um fato que a gente realmente precisa dar visibilidade e que demonstra o quanto a nossa sociedade está permeada pela violência e pelo preconceito. Qualquer tipo de violência contra criança é inadmissível. E essa, mais ainda, e com certeza vai deixar repercussões importantes. Temos que nos levantar para protegê-la.”

Pastor Cleiton Collins, do PP, comemorou a nomeação do deputado federal Lula da Fonte para o comando do diretório recifense do Partido Progressistas. A convenção do partido aconteceu na última segunda-feira, dia 11.

No tempo de comunicação de lideranças, o deputado João Paulo Costa, do PCdoB, elencou ações em benefício do município de Cabrobó, no sertão do São Francisco, como a pavimentação de ruas e a garantia de recursos para a construção de uma escola, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. João Paulo Costa também relatou cobranças feitas ao Governo do Estado para a requalificação da PE 510, que liga Cabrobó à Ilha de Assunção, e anunciou recursos para a saúde via emendas parlamentares.

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