Inicialmente, nós que subscrevemos esta nota de comunicação conjunta, consideramos esse documento uma
decisão muito difícil na nossa história de militância política, porém, foi uma ruptura necessária com os
rumos e opções danosas seguidas pela PT – Paulista recentemente, o que motivou a desfiliação em 03.04.20
de uns e o afastamento de outro, para continuar defendendo os princípios de respeito à base, de autonomia
partidária e a construção da luta popular e social, mesmo que fora das instâncias formais do PT.
Na verdade, esse desfecho é uma crônica de um fim anunciado, pois já vínhamos denunciando todos os
desmandos do núcleo dirigente atual, mesmo antes de tomarem o poder, através do recurso eleitoral
interposto no PED, onde indicávamos uma relação promiscua mantida entre nossos concorrentes e agentes
externos que interferiram no PED.
No entanto, este não é um ressentimento de derrotados, é um desabafo de um conjunto de militantes que
viram sua ferramenta de luta se transformar em moeda de troca no jogo político.
Não bastasse o processo eleitoral interno ter sido maculado por tantas irregularidades, que teve a conivência
da comissão eleitoral estadual, que fez vista grossa mesmo com provas robustas, pois a nosso ver a apuração
dos fatos foi apreciada levando em consideração o interesse da maioria política da comissão, e não um
julgamento legal conforme as regras estabelecidas no Regulamento Eleitoral; e em que pese a nacional ter
dado mais atenção ao caso, inclusive mandando RENATO SIMÕES como assistente, para apurar
denuncias e ouvir as partes, o pleito se arrastou e foi apenas parcialmente provido.
Porém, o fato que tornou insustentável a nossa caminhada nas fileiras do PT, sob nova direção, foram as
relações promiscuas mantidas entre o PT e o PSB local, onde a montagem da chapa proporcional de
vereadores sofreu flagrante ingerência do Executivo municipal em detrimento as instâncias partidárias, e
nem sequer o respeito ao rito da direção, mas a celebração de um casamento arrumado com o PSB
combinado com a interferência dos socialistas no acordo do PED, com a conta a ser paga com a montagem
da Chapa de Vereados no birô do prefeito.
Tínhamos definidas 03 premissas para orientar nossas ações no recrutamento dos nossos candidatos, tanto
dos chamados orgânicos como também entre os lutadores e lutadores do povo trazidos ao PT para a tarefa de
disputar as eleições, mas, no entanto, o que se viu foi a desmobilização das forças internas, que não
trouxeram nem militantes nem candidatos para compor, confirmando nossas desconfianças de que o PT seria
uma legenda de aluguel para acomodar os mais de 300 pré-candidatos ligados à gestão, e ao final, com a
montagem da Chapa boicotada pelos próprios companheiros, ficou fácil justificar o pedido de socorro para o
PSB completar (montar) a Chapa do PT. Dito e feito.
A gota d’água foi a posição da corrente ASD, que apesar de não ter apresentado nenhum nome para
composição da Chapa, e mesmo concordando inicialmente com as premissas de não aceitar candidato
bolsonarista (1), suplente acima do teto estabelecido pelo partido (2), nem tampouco trazer vereador de
mandato (3), onde a ASD além de não propor qualquer nome para compor a Chapa do PT, deixou para
apresentar a vinda do vereador de mandato NILDO SOLDADO aos 45 minutos do segundo tempo, e
pasmem, tudo pareceu combinado demais pra ser um descumprimento unilateral, ou seja, estávamos
tratando com lideranças internas, não merecedoras de confiança e que agiram mancomunadas, de forma
ardilosa e premeditada.
Por fim, após a quebra do acordo em 28.03.2020, a “Chapa do PT” foi montada de última hora, num
verdadeiro feirão, com descumprimento flagrante de todas as premissas, o que compromete tanto a
viabilidade da Chapa para a concorrência petista, como descaracteriza nossas bandeiras de luta, e em que
pese o fato de constar na lista valiosos lutadores e lutadoras recém-chegados, é certo que o Partido dos
Trabalhadores teve prejudicada a possibilidade de se apresentar para a sociedade como uma alternativa
diferenciada dos partidos da ordem, razão pela qual comunicamos que não fazem mais parte dos quadros do
PT GEORGE FREITAS, MARIA APARECIDA E NAYANA CRUZ, além do AFASTAMENTO de
LUCIANO MORAIS, por não reconhecer na lista de nomes que o PT apresentará como opção de
candidaturas a vereador em Paulista uma representação partidária, e sim o pagamento da conta da
intervenção externa no PED, que transformou o PT numa sublegenda para acomodar a demanda do PSB, e
sendo assim, seguiremos juntos na luta por uma política com base social e no combate ao fisiologismo, para
mesmo fora, SER MAIS PT DO QUE MUITOS QUE IRÃO OSTENTAR A ESTRELA E O
NÚMERO 13.
Paulista, 16 de abril de 2020.
GEORGE WASHINGTON JAIME DE FREITAS (Ex-presidente municipal do PT, atualmente na
Executiva municipal e pré-candidato à vereador) - DESFILIAÇÃO
MARIA APARECIDA FREIRE BESERRA (Diretório municipal e pré-candidata à vereadora) -
DESFILIAÇÃO
NAYANA COSTA CRUZ (militante e pré-candidata à vereadora) - DESFILIAÇÃO
LUCIANO MORAIS DE SOUZA (Ex-presidente municipal do PT e atualmente no Diretório municipal)-
AFASTAMENTO