Caso Gisely Kelly: em 1ª audiência, cinco testemunhas de acusação são ouvidas

Antônio Assis
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Familiares e amigos estão no salão enquanto acontece a audiênciaFoto: Anderson StevensFolha-PE

A fase de instrução do caso relativo à morte da secretária Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, terá uma nova audiência em 31 de janeiro. Nesta segunda-feira (18), cinco testemunhas de acusação deram suas declarações em juízo na primeira audiência, realizada no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. A sessão foi conduzida pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Vestidos com camisetas com homenagens à vítima, familiares dela pediram a condenação do empresário Wilson Campos de Almeida Neto, 41, que se relacionou amorosamente com Gisely nos seis meses anteriores à morte dela. Ele é acusado pelo crime e foi denunciado à Justiça por homicídio triplamente qualificado - feminicídio, motivo fútil e sem chance de defesa. "Eu quero hoje é justiça. A justiça de Deus sei que ele [réu] vai ter. Agora estou procurando a dos homens”, declarou Karla Tavares, irmã da vítima. Ela disse que, depois da audiência, a família está mais confiante que o assassino será punido.

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O crime ocorreu em julho último, no apartamento de Wilson, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife. A vítima foi encontrada morta com um tiro na cabeça e sem roupa. Na época do caso, a Polícia Civil disse que o casal havia saído na noite anterior para comemorar o aniversário de Gisely. Os dois retornaram ao apartamento durante a madrugada e, meia hora depois, o homicídio teria ocorrido.

Câmeras de segurança do prédio mostraram o empresário deixando o local de carro, sozinho. As investigações indicaram que o homem teria ligado para um parente dizendo que teria ocorrido um acidente. A versão dele é de que, embriagado, teria manuseado uma arma e disparado acidentalmente contra a companheira.

"Wilson não alega inocência, mas que foi um fato acidental. Estavam embriagados os dois. Ele, todo o processo, diz que, quando se embriagava, costumava manusear a arma e, nesse manuseio, houve o disparo", declarou , esta segunda,o advogado Célio Avelino, que defende o empresário. Ele acrescentou que seu cliente está emocionalmente abalado e defendeu a tese de homicídio culposo, lembrando que o empresário contribuiu com as investigações. "Ele procurou a polícia para esclarecer, entregou a chave do apartamento, entregou os documentos dela", afirmou.

Segundo Karla Teixeira, essa alegação da defesa não chegou a ser citada nesta primeira audiência, mas a família, em momento algum, acredita que o disparo tenha sido acidental. "Foi à queima roupa", disse a irmã da vítima. Wilson continua preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

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