Município de Palmares na enchente de maio de 2017.
Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Giovanni Sandes
JC Online

O último relatório do governo Dilma foi publicado em 14 abril de 2016, pouco menos de um mês antes do impeachment. Nele, as quatro barragens apareciam como “em obras” mesmo já tendo parado entre 2011 e 2015.
O presidente Michel Temer (PMDB) assumiu o governo e continuou publicando os relatórios com a informação errada – o último balanço do PAC 2 em Pernambuco foi divulgado pelo governo federal, no site oficial do programa, no dia 4 deste mês de maio de 2017. Só neste domingo (28), depois que o cenário de enchentes voltou a se repetir na Mata Sul de Pernambuco, o governo Temer admitiu que as obras pararam e prometeu recursos via empréstimo, não mais Orçamento Geral da União (OGU), para o governador Paulo Câmara (PSB) finalizar as barragens.
Em 2010 os municípios da Mata Sul de Pernambuco foram fortemente atingidos por uma enchente acompanhada de uma tromba d’água – uma cheia abrupta e com alta capacidade destrutiva. Após o cenário de destruição, o então governador Eduardo Campos (PSB) e a então presidente Dilma prometeram cinco barragens na Bacia do Rio Una para evitar a repetição da tragédia.
Do conjunto, apenas Serro Azul ficou pronta e está na fase de acabamento – mesmo assim ela evitou, segundo o governo estadual, que a tragédia de 2017 tivesse um poder de destruição similar ao de 2010. As outras quatro, porém, não chegaram a 50% de execução.
A barragem de Gatos parou já em 2011 e depende de R$ 67 milhões para sua conclusão. A barragem de Panelas teve obras paralisadas em setembro de 2014 e precisa de R$ 62 milhões para ficar pronta. As barragens de Igarapeba e Barra de Guabiraba pararam em 2015.
Temer veio a Pernambuco, neste domingo, e prometeu acelerar a liberação de R$ 600 milhões em empréstimo do BNDES para o governo estadual concluir as obras.