Congresso em Foco
Após discussões entre a base aliada e a oposição, o Senado aprovou nesta terça (13), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos (PEC 55/2016). O placar foi semelhante ao visto no primeiro turno: 53 favoráveis e 16 contrários. Não houve abstenção. O plenário analisa agora dois destaques. A emenda deve ser promulgada pelo Congresso ainda nesta semana.
No início da sessão, senadores da oposição contestaram a forma como o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), conduziu a discussão em torno da medida. Para eles, a realização de três sessões de discussão no mesmo dia, fato que aconteceu na última quinta (8), feriu o direito dos parlamentares de realmente debater o assunto.

“Vossa Excelência só está nesta cadeira por causa da PEC 55″, disse Lindbergh. Ao que Renan retrucou: “Hoje rezei muito para não aceitar provocação”.
Antes de iniciarem a votação, o plenário rejeitou adiar a votação do segundo turno da PEC por 46 votos a 13. A oposição apresentou um requerimento para isso mas foi derrotada. Senadores contrários à proposta argumentam que a proposta irá reduzir os investimentos feitos, principalmente, em saúde e educação nos próximos anos.
Já o governo afirma que ela é indispensável para recuperar o crescimento da economia no país e não pode ficar para o ano que vem. Na votação do primeiro turno, que ocorreu em 29 de novembro, a PEC foi aprovada por 61 votos a 13.
A sessão de votação foi realizada em um horário pouco usual para o Senado. Acostumado a realizar suas votações nos fins de tarde e noites, o Senado discutiu e votou a matéria na manhã desta terça. A votação chegou a demorar para ser concluída porque alguns senadores haviam se ausentado do Congresso no horário do almoço e tiveram que voltar correndo. Renan segurou a votação por quase meia hora para que desse tempo de votar.
Clima tranquilo
Enquanto os senadores votaram a proposta, o clima ao redor do Congresso Nacional nesta terça foi completamente diferente do que o visto no dia em que a Casa aprovou a PEC em primeiro turno. Em novembro, a manifestação contra a aprovação da medida foi marcada por violentos embates entre os milhares de manifestantes e a Polícia Militar, confronto que acabou com prédios públicos depredados, como as pichações no Museu da República e na Catedral de Brasília, carros queimados e manifestantes presos.
Já nesta terça, pouca gente apareceu no gramado do Congresso Nacional durante a discussão da medida. O governo do Distrito Federal chegou a reforçar o esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios para que os manifestantes fossem revistados antes de entrar na área delimitada para o protesto. O trânsito na região também foi boqueado e desviado para vias marginais.