Dos três sobrará um - Carlos Chagas

Antônio Assis
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Um novo capítulo da arte de enxugar gelo e ensacar fumaça será completado assim que realizado o segundo turno das eleições municipais, dia 30. Porque mesmo sem se entenderem, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra aspiram a indicação presidencial no âmbito do PSDB. Os dois que vierem a ser derrotados não cogitam mudar de partido para encontrar uma legenda capaz de abrigá-los. Estão em igualdade de condições na disputa pela pole-position. Aécio por presidir o PSDB e ter sido o candidato nas eleições mais recentes. Alckmin por governar São Paulo, recém saído da esmagadora vitória de João Dória Júnior para a prefeitura paulistana. E Serra por exercer o ministério de maior visibilidade do governo Temer, disposto a repetir a experiência de Fernando Henrique Cardoso.

Os três candidatos sabem da impossibilidade de perder tempo. Logo começará a temporada de caça aos tucanos hesitantes. 2017 será ano pré-eleitoral, mesmo pleno de perguntas sem resposta: se a recuperação nacional viabilizar-se, Michel Temer deixará de candidatar-se pelo PMDB, pesar das promessas de ficar de fora? Henrique Meirelles deixará passar a oportunidade, na mesma hipótese de sucesso econômico?

Ciro Gomes espera vir com tudo, já dispondo de um programa para levar o PDT a reunir outros partidos. Marina Silva imagina dispor de lugar cativo no primeiro pelotão. Outros não admitem perder tempo, como Alvaro Dias, Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro e alguns por enquanto desconhecidos.

Faltou um, sem dúvida lastreado na lembrança de forte contingente hoje ferido, mas não derrotado: o Lula, que se conseguir livrar-se das tenazes da operação Lava Jato, estará no páreo.

O maior obstáculo, por ironia, atinge os três hoje melhor posicionados, Aécio, Alckmin e Serra, dos quais sobrará apenas um com chances de passar ao segundo turno, sabe-se lá contra quem.

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