Folha-PE
Fechado desde a década de 1960 e com a obra de restauração parada desde março deste ano, o Cine Olinda foi ocupado por ativistas que cobram a retomada das atividades do equipamento cultural, situado na Praça do Carmo. O movimento - que já se encontrava em sua quinta edição e consistia na exibição de filmes na fachada do cinema - foi intensificado na última sexta-feira, depois da realização de um evento cultural na parte externa do cine-teatro, que promoveu a exibição de filmes no local neste final de semana, a exemplo de “Martírio”, que venceu o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Cinema de Brasília, há uma semana.
“O Cine Olinda é lindo e está quase pronto. Então, queremos colocá-lo a serviço do povo”, explicou um dos integrantes da ocupação, que no último domingo (2) promoveu um debate sobre o movimento e três sessões de cinema. Segundo ele, cerca de 60 pessoas assistiram aos filmes e 15 estão dormindo no edifício.
Apesar de também cobrar a reativação do prédio, a ocupação não foi organizada pelo Movimento Cine Olinda, que vem conversando com a Prefeitura de Olinda e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O grupo pede a abertura imediata do cinema, a criação de um comitê de gestão compartilhada para o acompanhamento da obra de restauração e o estudo de modelos de gestão que garantam a sustentabilidade do prédio, e a entrega do cinema restaurado e equipado no prazo de um ano.
Integrantes do movimento, que preferiram não se identificar, garantiram que vão trabalhar para abrir um canal de diálogo entre o grupo da ocupação e os órgãos governamentais.