Folha-PE
Funcionários do Complexo Médico Penal de Pinhais (CMP), no Paraná, têm relatado falhas na segurança do presídio que acolhe diversos presos da Lava Jato. Estão detidos lá, entre outros, o ex-senador Gim Argello, o ex-ministro José Dirceu, os ex-deputados Luiz Argolo e André Vargas e o ex-tesoureiro PT João Vaccari. No CMP, ficam em torno de 700 detentos que necessitam de tratamento médico ou psiquiátrico, além de presos com curso superior e que são policiais.
Segundo funcionários, há poucos agentes para vigiar os presos, o que faz com que procedimentos de seguranças sejam ignorados. Um agente cuida dos 180 internos das galerias cinco e seis, entre os quais estão os da Lava Jato. De acordo com um agente, no CMP ficam presos psiquiátricos, doentes e ‘faccionados’ [que pertencem a facções como o PCC]. Há o risco constante de que um deles pegue um preso da Lava Jato como refém.

Quando um preso precisa ir ao médico, por exemplo, o agente tem que deixar a ala sozinha. Faltam também materiais básicos, como algemas. Um dos presos ilustres que frequentaram o local foi Marcelo Odebrecht, que hoje está na superintendência da Polícia Federal, em fevereiro. Seu cubículo, a cela 604, é hoje ocupado por Luiz Eduardo da Rocha Soares, funcionário da empreiteira, e o empresário Olívio Rodrigues. Mas apesar das dificuldades, comparado às outras prisões, o CMN é um “hotel 5 estrelas”.
Odebrecht
Odebrecht negocia delação premiada. Dependendo do acordo, pode voltar ao CMP para cumprir pena. Odebrecht está sozinho, na cela vizinha a do doleiro Alberto Youssef. E tem tido reuniões com procuradores, das quais volta abatido. O alívio nas últimas semanas foi que Youssef, o único com aparelho de televisão, regalia concedida pelo juiz federal Sergio Moro, aumentava o som e posicionava o aparelho para que Odebrecht conseguisse espiar alguns eventos dos Jogos Olímpicos.