Moema França
Folha-PE
Não é apenas o estudante que faz o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com a preparação anual, e de toda uma vida de estudo, é comum o vestibulando sentir que também leva consigo, para a prova, os pais, irmãos, amigos, tios, avós, professores e colegas que, de alguma forma, contribuíram no processo de aprendizagem. Segundo especialistas, o apoio compreensivo da família é essencial para o fortalecimento da preparação.
Saber ouvir deveria ser o principal mandamento nas famílias “vestibulandas”, conta a orientadora educacional do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís, Eva Rozental. “Estar junto é conhecer cada vez mais o filho, entender quais são as demandas, os anseios, as inquietações”, defende.

As recomendações da especialista já fazem parte do dia a dia da família de Heloísa Farias, 17 anos. “Diferentemente de muitas casas, a gente não vive em função do Vestibular. Isso não é o foco da vida. A preparação se deu a vida escolar inteira”, explica Larany Farias, mãe da estudante, que tentará uma vaga no curso de Medicina. Na casa da adolescente, os fins de semana são reservados para a família e a prioridade é a saúde mental.
Com muitas tardes para se dedicar aos estudos, a vestibulanda percebeu que não adiantava estabelecer horários rígidos. “Sinto que meus pais confiam muito. Eles têm certeza que tenho maturidade para organizar meu tempo, deixar mais flexível. Acho que faz diferença quando os pais são mais distantes. Eles não acompanham o processo e exigem mais o resultado. Às vezes, eles tomam algumas medidas ouvindo o professor e não escutam o próprio filho.”