Projeto francês leva tecnologias pernambucanas para o mundo

Antônio Assis
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Franceses elogiaram o ânimo de trabalhar dos pernambucanos.
Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem

JC Online

A tripulação francesa que aportou no Recife há duas semanas em busca de novas tecnologias de baixo custo, deixa a capital na manhã deste sábado (06), acompanhada de três estudantes pernambucanos. O destino é o Rio de Janeiro, o último em terras brasileiras. Os cinco franceses navegam o mundo há seis meses, incorporando invenções de diversos países ao catamarã Nomade des Mers, ou Nômade dos Mares, em português, no qual viajam. 

O barco é um laboratório de boas ideias. Ainda na França, o grupo incorporou um galinheiro e um criadouro de insetos, que servem para consumo. Das galinhas, o grupo come apenas os ovos, fonte de proteína. Um destilador que transforma água salgada em doce e um arrefecedor que dispensa o uso de eletricidade são as invenções levadas do Marrocos, no continente africano, primeira escala da viagem de três anos. 

Em cada passagem, além de instalar um protótipo daquele país, eles ensinam uma nova tecnologia low-tech, que atende às necessidades básicas (água, energia e alimentação) com alto impacto social e ecológico, além de baixo custo de fabricação. Na França, o resto da equipe se dedica a documentar e estudar as experiências do laboratório móvel. 

Pernambuco foi escolhido pela presença do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), em Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte, e em Ibimirim, no Sertão do Estado. Lá, o grupo aprendeu a construir um biodigestor que fabrica gás de fogão a partir de lixo orgânico, como dejetos das galinhas. O que não serve para o gás, vira adubo para as plantas das estufas hidropônicas fabricadas em Cabo Verde. Assim, todos os sistemas se retroalimentam.

No Sertão, a equipe também aprendeu a fazer um sistema de tratamento de água que utiliza a luz de uma lâmpada para filtrar impurezas. No último domingo (31), uma exposição foi realizada no Recife Antigo para apresentar as invenções. 

Aos pernambucanos, os pesquisadores ensinaram uma tecnologia aprendida no Senegal, um sistema de catavento que produz energia suficiente para carregar celulares e suprir pequenas necessidades. O custo do protótipo, que utiliza canos PVC e um motor de impressora, é de menos de R$ 15.

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