Blog do Jamildo
O Ministério Público Federal da 5ª Região está convencido de que a empreiteira OAS, que trabalha nas obras da Transposição do São Francisco e que também teve contratos milionários com a Petrobras na Refinaria Abreu e Lima (em Suape), usou o esquema de empresas fantasmas desvelado pela Operação Turbulência para comprar, por meio de artifícios, o avião Cessna Citation usado pelo então candidato a presidente Eduardo Campos, morto em um acidente em agosto de 2014, em Santos, São Paulo.
O ex-secretário de imprensa dos governos de Eduardo Campos, Evaldo Costa, rebateu as informações e disse, em contraponto, a acusação, apesar de tão direta, foi tirada de suspeitas e suposições.
No dia em que a operação foi deflagrada, em junho, na capital pernambucana, a Polícia Federal limitou-se a informar que a empresa Câmara e Vasconcelos, operada pelo testa de ferro Paulo César Morato, havia recebido cerca de R$ 18 milhões da OAS, oriundos de projetos como a transposição do São Francisco.
A ligação entre o nome da empreiteira nacional, investigada na Operação Lava Jato, e a polêmica aeronave que vitimou o ex-governador é feita em várias notas de um parecer entregue pelo procurador regional do MPF Francisco Chaves dos Anjos Neto, no dia 04 de julho, ao defender a manutenção da prisão de dois dos três empresários de serem os cabeças do esquema fraudulento, João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite, tambem chamado de Eduardo Ventola.
“A hipótese investigativa levantada inicialmente pela autoridade policial é a da possibilidade de os repasses feitos às empresas utilizadas pela suposta ORCRIM (organização criminosa) investigada terem o propósito de dissimular o custeio das dívidas de campanha política do ex-candidato à Presidência da República EDUARDO CAMPOS, por parte da Construtora OAS, inclusive para viabilizar a aquisição da aeronave, para ser por ele usada na campanha”, escreve, na nota numerada 44.
“Depois de mais diligências terem sido encetadas (feitas), a tese se reforçou no sentido de uma possível atuação dos investigados adiante identificados (e de outros indivíduos), há pelo menos seis anos, em transações financeiras que objetivavam dissimular a origem espúria de ativos financeiros provenientes, notadamente, da prática de corrupção e desvio de recursos públicos”, completa, na nota numerada 45. Veja: