O trânsito ainda é um dos maiores causadores de mortes no Brasil, mas há motivos para celebrar os oito anos de implantação da lei seca no país. A lei 11.705/2008 estabeleceu que os motoristas flagrados sob efeitos do álcool sofrerão punições, que vão desde a perda do documento de habilitação até a prisão por um ano. Estima-se que mais de 150 mil condutores perderam a carteira por dirigirem embriagados desde que as penalidades mais severas começaram a ser aplicadas. Mas o que ocorreu de mais positivo dos últimos anos foi a redução do número de acidentes e de mortes nas estradas e nas pistas brasileiros.
A lei seca virou instrumento decisivo para combater a perigosíssima combinação de álcool com direção. Houve resistências, mas aos poucos, elas foram vencidas pela importância e pela seriedade da legislação, que já foi exportada para outros países.
Mas a lei seca sozinha não é capaz de mudar um quadro de décadas de falta de educação e de impunidade. É preciso, ano após ano, intensificar as ações para aplicá-la em sua plenitude. O aumento do número de blitz e o investimento em equipamentos e em pessoal das rodoviárias e militares, além do fortalecimento dos órgãos de trânsito, precisam estar constantemente na pauta do governo brasileiro.

Em outra frente, está a agilização dos processos na Justiça contra os motoristas flagrados sob efeito de álcool. Medidas administrativas como a cassação da carteira estão sob responsabilidade das autoridades de trânsito e ocorrem com alguma celeridade. Mas é necessário que os juízes de todo o Brasil apliquem a legislação com maior rapidez, afastando qualquer sensação de impunidade.