Edilson afirma que federalização se justifica por falta de autonomia da Polícia Científica

Antônio Assis
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Edilson aponta que dois fatores justificam o pedido de federalização (Foto: Divulgação)

Blog da Folha

O deputado estadual Edilson Silva divulgou nota, nesta sexta-feira (1º), em que explica os motivos que motivaram o seu pedido de federalização do caso da morte do empresário Paulo César de Barros Morato. Segundo ele, não é por deficiência técnica da Polícia Civil, mas por outros motivos.

“A entrada da Polícia Federal é necessária por dois motivos: ingerência política do governo e a consequente ausência de autonomia funcional da Polícia Científica, que deveria estar vinculada à Polícia Civil, mas em Pernambuco é subordinada ao gabinete do secretário de Defesa Social”, argumentou o parlamentar, na nota.

Edilson cita que a existência de “série de falhas” na postura da Secretaria de Defesa Social durante a investigação do caso, que tem “repercussão nacional”.

“O laudo que confirmou a morte por envenenamento via pesticida, mais conhecido como chumbinho, por si só não é esclarecedor. Ficaram prejudicadas as perícias complementares que ajudariam a montar o quebra-cabeça da cena do fato, perícias que foram suspensas por ordens diretas da SDS à equipe de peritos”.

Por fim, afirma que um inquérito policial “não precisa apenas ser técnico e confiável”. “Tem também que parecer técnico, confiável e também célere. Por isso, o mandato reforça a necessidade de federalização para que não paire qualquer dúvida sobre um caso de relevante interesse público”, diz o trecho do texto.

Veja a íntegra da nota:

“A necessidade do deslocamento de competência da investigação da morte do senhor Paulo Cesar Morato não se dá pela falta de capacidade técnica da Polícia Civil em elucidar o caso. A entrada da Polícia Federal é necessária por dois motivos: ingerência política do governo e a consequente ausência de autonomia funcional da Polícia Científica, que deveria estar vinculada à Polícia Civil, mas em Pernambuco é subordinada ao gabinete do secretário de Defesa Social.

Isso ajuda a explicar a série de falhas que marcou a postura da SDS e do governo de Pernambuco em um caso de repercussão nacional. Paulo Cesar Morato estava sendo investigado pela Polícia Federal, já na condição de foragido, suspeito de ser testa de ferro de um esquema que desviou cerca de R$ 600 milhões para campanhas eleitorais em Pernambuco, até aparecer morto em um quarto de motel em Olinda ainda em circunstâncias não esclarecidas.

O laudo que confirmou a morte por envenenamento via pesticida, mais conhecido como chumbinho, por si só não é esclarecedor. Ficaram prejudicadas as perícias complementares que ajudariam a montar o quebra-cabeça da cena do fato, perícias que foram suspensas por ordens diretas da SDS à equipe de peritos. Por causa disso, tudo indica que não é mais possível identificar se outra pessoa esteve no quarto, com alguma participação no desfecho da morte de Morato. Informação imprescindível para saber se PC Morato cometeu suicídio ou foi envenenado.

Em ocasiões anteriores, conforme já denunciaram o Sindicato dos Policiais Civis e a Associação dos Delegados de Pernambuco, o governo do Estado e a SDS recorreram ao expediente da ingerência política para retaliar policiais durante as negociações salariais. O mesmo expediente, portanto, pode estar sendo usado para alterar o desfecho de uma investigação em um caso que envolve diretamente, segundo a PF, membros importantes do Partido Socialista Brasileiro, hoje à frente da gestão estadual.

Um inquérito policial não precisa apenas ser técnico e confiável. Tem também que parecer técnico, confiável e também célere. Por isso, o mandato reforça a necessidade de federalização para que não paire qualquer dúvida sobre um caso de relevante interesse público.

Mandato do deputado Edilson Silva, presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e participação Popular da Assembleia Legislativa.

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