Força-tarefa para reduzir assaltos a ônibus na Região Metropolitana do Recife

Antônio Assis
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Linha PE-15-Boa Viagem é uma das mais assaltadas do sistema. Avenida Agamenon Magalhães é a segunda via onde há mais investidas. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

JC Online

Na tentativa de frear a violência no transporte coletivo, o governo de Pernambuco criou uma força-tarefa para pensar e planejar ações estratégicas que reduzam os assaltos a ônibus que tanto assustam passageiros e operadores da Região Metropolitana do Recife. A comissão multidisciplinar teve sua primeira reunião no dia 10 e tem 15 dias para apresentar as primeiras estratégias. O grupo é formado por representantes do Consórcio de Transporte Metropolitano – nome oficial do Grande Recife Consórcio –, Urbana–PE (sindicato das empresas de ônibus), Secretaria de Defesa Social, Polícia Militar, Polícia Civil e tecnologia da informação do governo.
A criação do grupo é uma reação às estatísticas assustadoras dos assaltos a ônibus nos cinco primeiros meses de 2016. Números oficiais do governo mostram que as investidas aumentaram 83% entre janeiro e maio de 2016 em relação a 2015. O Grande Recife enfrentou 351 assaltos em coletivos até maio do ano passado e, este ano, já vai em 651. “O governo de Pernambuco está incomodado com o problema da violência no transporte coletivo. Ele aflige não só o Estado, mas também o usuário e o empresário. Por isso criamos esse grupo para tratar a questão com muita urgência. Sentimos que é preciso uma reação forte e rápida para mostrar ao cidadão que estamos preocupados e aos ladrões que estamos atentos. E o tema é de tanta importância que está envolvendo não só a secretaria das Cidades, mas também a Defesa Social e Planejamento”, explica o secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula.

Além de traçar ações de repressão – embasadas nos dados fornecidos pelo Grande Recife Consórcio indicando as linhas, locais, dias e horários de maior frequência de assaltos –, a força-tarefa estuda estratégias de prevenção às investidas. O objetivo é agir rápido e de forma eficiente para dar uma resposta à sociedade. Entre elas estão algumas relacionadas à operação de transporte, como a instalação de botões de pânico nos coletivos, a criação de uma rede de vendas de créditos eletrônicos para VEM (Vale Eletrônico Metropolitano) e o uso de aplicativos para alertar a polícia em caso de assalto.

Assista ao vídeo sobre a rotina dos passageiros da Zumbi do Pacheco/Barro (Loteamento), a linha do medo

E as ações do grupo já começaram. A Empresa Metropolitana, líder em investidas no sistema – a linha 203 Zumbi do Pacheco-Barro (Loteamento), a mais assaltada há pelo menos cinco meses, é operada por ela –, já foi notificada para que autorize a instalação dos equipamentos do Simop (Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação) na frota. No pacote, vão os botões de pânico. Os computadores de bordo do Simop já foram instalados em 1.400 coletivos da frota de 3 mil veículos, mas o cronograma de instalação vem sendo cumprido em ritmo lento por falta de verba do governo para pagar a espanhola Etra, empresa que ganhou a licitação para implantar e operar o Simop.

A Empresa Metropolitana não estava no cronograma de instalação, mas a quantidade de assaltos contra as linhas da empresa fizeram o Grande Recife Consórcio de Transporte antecipar a instalação. Entre as 30 linhas mais assaltadas este ano na RMR, oito são da Metropolitana, totalizando 108 registros até maio. E mais: a Metropolitana opera também a segunda linha que sofreu mais investidas, a 409 Barra de Jangada-Curado (municipal de Jaboatão dos Guararapes).

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