Compra de avião que transportava Eduardo Campos foi feita por empresas fantasmas, diz PF

Antônio Assis
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Marcela Balbino
JC Online

O avião que transportava o ex-governador Eduardo Campos durante a campanha presidencial de 2014 foi comprado por empresas fantasmas. Eduardo morreu em acidente aéreo em Santos no dia 13 de agosto de 2014. A informação foi repassada pela Polícia Federal nesta terça-feira, que investiga as movimentações financeiras feitas a partir da aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA. Quatro pessoas foram detidas. Dois helicópteros, um avião e quatro carros de luxo foram apreendidos.

A PF constatou que essas empresas eram de fachada, constituídas em nome de 'laranjas', e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas empresas investigadas no bojo da Operação Lava Jato. As empresas atuavam em um regime de mescla, quando combinavam atividades lícitas e ilícitas.

Os empresários Apolo Santana Vieira (dono da empresa Bandeirantes Companhia Pneus), Arthur Roberto Lapa Rosal, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho (filho do ex-deputado socialista Luiz Piauhylino) e Eduardo Freire Bezerra Leite foram alvos de mandados de prisão preventiva. 

Os dois primeiros foram detidos no Recife, Apolo Santana estava malhando em uma academia no momento da prisão. Os outros dois foram localizados quando desembarcavam em São Paulo e estão sendo trazidos de volta para o Recife. O quinto mandado de prisão foi expedido para Paulo César de Barros Morato, que está foragido.

Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de 'caixa dois' de empreiteiras. O esquema criminoso teria movimentado R$ 600 milhões desde 2010. 

ACIDENTE - O ex-governador e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu no dia 13 de agosto de 2014, após a aeronave onde ele estava, um Cessna 560 XL, cair em Santos, litoral de São Paulo. Os dois pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pedro Valadares Neto (assessor), Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol (assessor de imprensa), Marcelo Lyra (cinegrafista) e Alexandre Severo (ex-fotográfo deste JC) também morreram no acidente. Por coincidência, Eduardo faleceu no mesmo dia do avô, o ex-governador Miguel Arraes, morto em 2005.

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