G1
O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) – entidade que representa os servidores da extinta Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesoureiro Nacional – cobrou nesta segunda-feira (30), por meio de nota, a "exoneração imediata" do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, responsável pelo combate à corrupção no governo federal.
Neste domingo, reportagem exclusiva do Fantástico revelou gravações na qual o ministro critica a condução da Operação Lava Jato pela Procuradoria Geral da República (PGR) e dá conselhos a investigados em uma conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro, novo delator do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

"O Unacon Sindical exige a imediata exoneração do Sr. Fabiano Martins Silveira, assim como a revogação de todos os dispositivos da MP nº 726/2016 que introduziram mudanças na Controladoria-Geral da União", complementa o comunicado.
Na época em que o diálogo foi gravado, Fabiano Silveira integrava o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Funcionário de carreira do Senado, o ministro havia sido indicado para o CNJ por Renan Calheiros.
Silveira assumiu o comando do Ministério da Transparência quando Michel Temer assumiu, interinamente, a Presidência da República. A pasta foi criada pelo presidente em exercício para substituir a antiga Controladoria-Geral da União.
Em protesto à permanência de Fabiano Silveira no governo, servidores do Ministério da Transparência lavaram, na manhã desta segunda-feira, as escadas do prédio que abriga a pasta para cobrar a demissão do ministro.
O presidente da Unacon Sindical, Rudinei Marques, afirmou que se trata de um "ato simbólico" para demonstrar que é "inaceitável" que alguém nessa posição cometa o que ele classificou de "desatinos" que Fabiano Silveira "cometeu".
"As gravações divulgadas ontem [domingo] mostram que ele [Fabiano Silveira] estava fazendo a ingerência junto à autoridades e órgãos públicos para proteger seus aliados políticos. E isso é inaceitável num órgão que tem por missão institucional, zelar pelo dinheiro público e pela transparência", disse Marques.