O deputado Daniel Coelho reprisou em Pernambuco o que deve ter ouvido do senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB. Aécio declarou ontem em Lisboa, onde participou de um seminário promovido por uma entidade que tem o ministro Gilmar Mendes (STF) como um dos seus sócios, que o partido está disposto a ajudar o eventual governo Michel Temer, mas “sem cargos”. Considera o “loteamento” algo nocivo ao próprio Michel e à democracia brasileira. É estranho que o presidente do PSDB tenha feito tal declaração porque quando esteve à frente do governo de Minas montou um secretariado que foi do DEM ao PCdoB - passando pelo PPS, PR, PSB, PV, etc, para não ter oposição na Assembleia Legislativa. Michel Temer, que não tem apoio popular para o exercício do cargo, só terá condições de governabilidade se dividir o poder com os partidos políticos que eventualmente lhe derem respaldo. E o próprio Aécio sabe disto.