Alunos do curso de Ciência Política repudiam publicação de professor da UFPE

Antônio Assis
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Nathallia Fonseca
Diário de Pernambuco

O Diretório Acadêmico do curso de Ciência Política da UFPE divulgou, na noite de ontem, uma nota de repúdio contra uma declaração do profesor Jorge Zaverucha, que leciona no departamento. Em seu perfil no Facebook, o professor compartilhou: “Perco o amigo mas não perco a piada: Por que mulher casa de branco? Para combinar com o fogão, refrigerador e lava louça". O conteúdo machista da piada foi amplamente repudiado pelos alunos, que alegam que "diante de sua posição de professor como formador de opinião, (...) é imprescindível uma postura cautelosa em discursos que possam de alguma forma reafirmar discursos de ódio, racistas, homofóbicos ou machistas".

A nota do DA, que inclui uma imagem da referida postagem, acrescenta ainda que defende "sobretudo a liberdade da mulher para ser feliz como desejar, seja no trabalho, em casa ou nos dois", mas que "a reprodução de um discurso arcaico onde a mulher supostamente 'combina' ou 'pertence' a afazeres de casa só por ser de sua natureza é sem dúvida um discurso de aprisionamento" e destaca que "um professor de Universidade Federal deveria ter postura e seriedade diante de um assunto de tão importante dimensão".

A respeito da nota, o professor afirmou que sua ação foi mal interpretada pelos alunos. "Foi uma piada que eu recebi pelo WhatsApp e publiquei para expor o quanto é ridículo que ainda haja pessoas que pensem assim. Eu não concordo com a piada. Minha intenção foi justamente o contrário: defender as mulheres", disse. Zaverucha reforçou também que seu perfil no Facebook é uma página pessoal onde as publicações não necessariamente refletem sua opinião. "Quando eu coloco uma piada é na minha página pessoal, para a minha rede, para promover o debate entre meus amigos", completou. A UFPE não se posicionou sobre o assunto.

Em maio de 2011, Jorge Zaverucha foi acusado de assediar sexualmente uma mestranda e funcionária da universidade. O docente chegou a ser condenado em primeira instância, mas foi absolvido por unanimidade pelo Tribunal Regional Federal (TRF) por "não haver provas suficientes da acusação".

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