Folha-PE
Sem remédio, pacientes transplantados de fígado temem perder o órgão e até a pró pria vida caso não consigam manter a terapia com a medicação Sirolimo. A droga, fornecida pelo SUS, está em falta há três meses na Farmácia do Estado. Ela evita a rejeição ao novo órgão e, comercialmente chega a custar R$ 2 mil, a caixa, que, dependendo do paciente, pode durar só um mês.
A Unidade de Transplante de Fígado (UTF) tem adotado estratégias de socorro para quem já não consegue mais o Sirolimo, como o rateio de caixas entre os pacientes que ainda têm comprimidos em casa e que se solidarizam com os demais.
Julianne de Jesus, 33, estava há quatro dias sem o Sirolimo. Ela é um dos casos mais graves da UTF. Já fez três transplantes de fígado entre 2014 e 2015. Precisa de dez comprimidos de 1 mg por dia para evitar a rejeição. “A falta está recorrente”.
O caso já foi levado à promotora de Saúde do MPPE, Helena Capela, que oficiou a Secretaria de Saúde acerca do desabastecimento, bem como medidas de regularização. A Farmácia de Pernambuco informou que já finalizou a compra do Sirolimo e aguarda a entrega.