PGR: buscas no exterior sobre propina a Renan

Antônio Assis
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Folha de S.Paulo – Aguirre Talento e Márcio Falcão

O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou inquérito para investigar se um negócio da Petrobras na Argentina gerou propina ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em mais um caso decorrente da Operação Lava Jato.

O inquérito foi aberto formalmente em dezembro, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), e está sob sigilo. Tem como investigados, além de Renan, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), sob suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A Folha apurou que a investigação tem como base a delação premiada do lobista Fernando Soares, o Baiano.

Em um de seus depoimentos, Baiano afirmou ter participado de uma operação para impedir que a Petrobras vendesse sua participação na empresa argentina Transener a um grupo norte-americano.

A participação na Transener deveria ser vendida ao grupo argentino Electroingenieria, negócio que acabou se concretizando.

Segundo o delator, o lobista Jorge Luz articulou a operação com dois ex-ministros argentinos, Julio de Vido e Roberto Dromi.

Baiano afirmou que houve pagamento de propina para concretizar o negócio e que Jorge Luz havia dito que parte dessa comissão era destinada ao "pessoal do PMDB".

"O pessoal do PMDB a que se refere eram Jader Barbalho, Renan Calheiros, Aníbal Gomes e, acredita, embora não tenha certeza, também Silas Rondeau [ex-ministro de Minas e Energia]", disse o delator.

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