Base ataca lentidão do governo para negociar cargos

Antônio Assis
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Folha de S.Paulo – Painel

Líderes que ainda remam com o governo reclamam que o Planalto age lentamente diante da crise. Quem visita o Palácio repara que, com pouco mais de uma semana para virar o jogo do impeachment, os generais da articulação política têm apenas uma lista de possíveis votos, não um mapa sofisticado de cargos, pendências e demandas para atrair deputados. Segundo aliados, o governo quer negociar sua redenção na bacia das almas, mas não sabe direito como “comprar” simpatia.

Para três líderes da base, o ritmo de reação dos ministros Jaques Wagner (chefe de gabinete) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) está aquém do desejável.

A secretaria diz ter o mapa de primeiro e segundo escalões 100% desenhado. O problema, sustenta, são demandas e indicações antigas, que chegaram por líderes sem a paternidade discriminada.

O PP, hoje com mais de 50 deputados, deve decidir depois que rumo tomar. “Não vamos agir a reboque do PMDB”, diz um deles. Dos 11 novos filiados, a maior parte ainda é contra o impeachment.

A tropa dilmista usa o seguinte argumento para convencer indecisos: se ficarem com a presidente, assumirão a sociedade do governo com mais e melhores ministérios.

Já se optarem pelo “ministério de notáveis” de Michel Temer, ficarão com as sobras do que PMDB e PSDB não quiserem. (Natuza Nery)

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