DANIELE BELMIRO
FOLHA DE SÃO PAULO
Para evitar os tumultos recorrentes registrados durante as sessões parlamentares de Piancó, no sertão da Paraíba, o presidente da Câmara Municipal decidiu submeter os vereadores da Casa ao teste do bafômetro.
O kit que mede a concentração de álcool etílico no sangue custou R$ 1.605 e não chegou a ser usado, segundo a assessoria da Câmara, que não soube dizer de onde saiu o dinheiro para a aquisição.
Mas, segundo a assessoria, a ameaça foi suficiente para intimidar os parlamentares, que não voltaram a chegar bêbados no trabalho desde que o aparelho foi adquirido, em dezembro de 2015.
O comportamento dos vereadores tem mudado. Em uma sessão, eles se comprometeram a não causar mais tumultos, para que o povo tivesse outra visão a respeito da Câmara, ainda segundo a assessora de imprensa da Casa.

Também está sendo cobrado respeito aos horários de início das sessões, e o vereador que se exaltar terá a palavra cassada.
O presidente da Câmara, Pedro Aureliano da Silva (PMDB), relatou a uma rádio local nesta terça-feira (2) que alguns dos 11 vereadores de Piancó iam para o plenário embriagados e que, em uma ocasião, chegaram a levar uma garrafa de uísque.
O uso do bafômetro na Câmara Municipal de Piancó não chegou a ser regulamentado. A intenção inicial do presidente era que a assessoria jurídica da mesa diretora elaborasse uma resolução para mudar o regimento da Casa, permitindo que o teste pudesse ser realizado. Como sanção, o parlamentar que estivesse alcoolizado não teria direito a voz e voto no plenário.
No entanto, como a situação já está normalizada, Silva estuda agora doar o aparelho à Polícia Rodoviária Federal ou à Polícia Militar.