A difícil matemática para vencer a eleição

Antônio Assis
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A CâmaraMunicipal do Recife possui 39 parlamentares. Os vereadores são eleitos a partir do número de votos válidos (Foto: Bruno Campos/ArquivoFolha)

Anderson Bandeira
Folha de Pernambuco

A pouco mais de um mês para o fim das filiações partidárias, os partidos políticos correm contra o tempo para atrair o número máximo de candidatos com potenciais eleitorais. No entanto, para quem tentará uma vaga na Câmara do Recife ou buscará se reeleger, prestar atenção na difícil matemática que envolve a disputa poderá ser sinônimo de sucesso no pleito. Enquanto os neomilitantes iniciam as suas vidas políticas com o abono de filiação, que se finalizará no dia 2 de abril, nos bastidores do Legislativo municipal, o foco é um só: a numerologia das eleições.
Para conquistar uma vaga este ano, os parlamentares trabalham em garimpar militantes com potenciais de voto para bater o último coeficiente eleitoral. Evitando, com isso, que os partidos partam para o conhecido e temido “chapão” ou, na melhor das hipóteses, as “chapinhas”. Levando em consideração a última eleição, quando o TRE contabilizou 880.376 votos válidos para 39 assentos, os vereadores deverão trabalhar este ano com a capacidade de atrair 22.573,74 votos, para garantir uma vaga.

Conforme o TRE, a matemática segue o seguinte roteiro: os votos válidos são divididos pelo número de vagas, resultando no coeficiente eleitoral. Logo após, será computado o número de votos por coligação, o que definirá o número de vagas. A Frente Popular, por exemplo, contou com oito partidos na disputa para vereador. Obteve mais de 293 mil votos que, dividido pelo coeficiente, lhe conferiu 13 vagas. Os espaços foram preenchidos pelos mais votados até a última vaga, que obteve 7.823 votos.

Logo após o preenchimento dos postos, seguindo a proporcionalidade, as outras coligações assumiram as vagas seguindo o mesmo critério, até preencher as 39 cadeiras. Ou seja, mesmo que um candidato tenha sido o 14º mais votado da Frente Popular, ele dará a vaga para um pleiteante da próxima coligação que tiver o maior número de vagas. Na última eleição, a segunda coligação mais votada foi entre o PP e o PT, rendendo seis vagas, seguida do PTC, PSDB e PTdoB, PTN e PHS, ambos com três cadeiras.

Em meio ao histórico, duas boas alternativas restam aos candidatos: trabalhar para atingir o coeficiente eleitoral internamente no partido, para atingir o número de votos em uma legenda pequena. Na última eleição, Eduardo Chera, até então PTN, configurou entrou no final da lista dos eleitos, com 4.205 votos. O partido levou, na ocasião, 66.984 votos, o que lhe rendeu três assentos.

ESTRATÉGIA
Em meio à dura matemática que desafia os postulantes na base aliada, o temor do vereadores menos expressivos é de ir para o chapão, servindo de “calda” para eleger os mais graúdos, como acontece em todas as eleições. Por isso, nos bastidores, as movimentações seguem intensas. No entanto, alguns já definiram suas estratégias como o vice-líder do governo, Marco Aurélio Medeiros (PRTB), e a vereadora missionária, Michele Collins (PP). A pepesista, por exemplo, vai disputar uma vaga sem coligação, conforme anunciou na semana passada. Na última eleição, ela obteve 10.589 votos e a aposta no ninho pepesista é de crescer os números. Já o vereador Marco Aurélio, que ganhou as últimas eleições no PTC, mudou de partido assumindo o PRTB no Recife. Nos bastidores da sigla, ele angaria candidato para impulsionar a sua candidatura.

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