Pinga Foco
JC Online
A terceira menção dentro da Operação Lava Jato a Sérgio Guerra, falecido ex-presidente do PSDB, confirma o strike na política de Pernambuco promovido pela Polícia Federal. Claro, a Lava Jato é nacional. Mas olhando o Estado, a PF já envolveu os principais partidos locais, do PSB e PSDB ao PT e PP. É o que não nos deixa esquecer: a Refinaria Abreu e Lima é aqui.
Sérgio Guerra aparece na terceira delação premiada a ligar o falecido tucano ao caso. As duas primeiras foram de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef. Neste terceiro caso, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o “Ceará”, que transportava dinheiro para Youssef, foi quem citou o tucano. Por sinal, Ceará foi quem mencionou o atual presidente do PSDB, Aécio Neves, como beneficiário de R$ 300 mil da Lava Jato.

Como os partidos e os candidatos locais tratarão o tema na eleição? Porque a PF promoveu um verdadeiro strike.
À CIDADE DAS CONEXÕES, DOLEIRO CHEGA COM DUAS MALAS DE DINHEIRO
“Sacoleiro” que vendia relógios Rolex por até US$ 15 mil, Ceará pinta o Recife como um Hub (centro de conexões) de propinas. Youssef certa vez teria desembarcado aqui com R$ 1 milhão em duas malas, em avião particular, e do Recife ido de carro para Maceió – supostamente entregar ao senador Renan Calheiros (PMDB), diz Ceará na delação.
“CEARÁ” É PERNAMBUCANO, RECIFENSE, E MORA EM ALDEIA
A refinaria não é a única razão para o Recife virar um centro de distribuição de propina. “Ceará” ganhou o apelido de Youssef por seu sotaque nordestino. Mas ele, contudo, é pernambucano, natural do Recife. Ele disse morar em Aldeia, Camaragibe, no condomínio Clube Alvorada. Por isso e por ter parentes na capital pernambucana, virou o homem de Yousseff para Recife e Maceió.
PERFIL CLASSE MÉDIA
O novo delator se apresentou à PF com perfil classe média. Além de morar no Clube Alvorada, conta Ceará que depois de conhecer o doleiro em 2000, vendeu um Corsa Sedan a ele por volta de 2002. E, após uma confusão no registro, se aproximaram. Ceará vendia relógios e jóias a Youssef em São Paulo, até pedir para entrar no esquema.
UM TRANSPORTADOR
Ele coletou muita propina em reuniões em hotéis locais. Mas a partir do Recife cita só entregas na cobertura de Pedro Corrêa, em Boa Viagem, a Renan e Fernando Collor (PTB), em Maceió.
Leia mais: