O poder do perdão

Antônio Assis
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Marcílio albuquerque
Folha-PE

O coração aberto e uma predisposição a deixar o passado para trás, escrevendo novas histórias. Para além das festas e a já conhecida troca de presentes, o Natal vem acompanhado de um espírito de reconciliação. É uma entrega. Algo que está gravado no olhar, a cada gesto e, principalmente, nas palavras lançadas. Trata-se do poder do perdão, capaz de curar feridas e trazer um refrigério para a alma. Nesse caminho, não há espaço para o orgulho. As marcas, que podem ter deixado dor e decepção, dão lugar a vontade de virar a página, iniciando um novo ciclo. Na visão de especialistas é um sentimento nobre. Para os cristãos, o florescer da natureza do menino Deus, com sua missão de amor. Em comum, os benefícios de uma natureza de paz, largando o individualismo para uma calorosa união.

“O mês de dezembro vem sempre acompanhado de mobilizações, com apelos ao cuidar do outro e o despertar de um lado mais terno. O Natal tem essa essência e o cérebro recebe esses comandos de forma direta. É como se os desejos que ficaram presos, durante todo o ano, pudessem ser liberados com grande intensidade”, explica a psicóloga Ana Rique. 
Segundo ela, cada ser humano acaba tocado pelo desejo de um mundo melhor, mas espera sempre que a iniciativa parta do outro. “É preciso dar o primeiro passo para sanar essas mágoas, que ocorrem em diferentes graus. Podemos comparar como um grande lixo interno, capaz de apodrecer e, com o passar dos anos, provocar até doenças físicas ou mentais. Estender a mão e baixar a guarda é o melhor caminho”, recomenda.

O padre Moisés Ferreira ressalta que esse período está fortemente marcado pela serenidade e a quebra de ressentimentos. “É como se acalmássemos a fera existente dentro de nós, lembrando a chegada do príncipe da Paz, Jesus, a este mundo. O tempo é de atitudes, compreendendo as diferenças e minimizando os inevitáveis embates de opiniões”, explica. No mesmo propósito, o pastor evangélico Daniel Chagas endossa as benfeitorias trazidas pelo perdão. “É algo sempre reparador, independente da época. Um remédio que não tem contraindicação ou data de validade. O ganho é maior para quem se desprende. Vem do alto e está acima de qualquer religião ou ideologia”, reforça.

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