Foto, registrada por pacientes, mostra armários em estado caótico
Fernando Martins
Folha-PE
A Associação de Linfoma e Leucemia (Abrale), que cuida das necessidades apontadas por pacientes com problemas no sangue, denunciou problemas que estão sendo enfrentados por pacientes que são atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). As queixas vão desde a falta de medicamentos até a falta de estrutura adequada. Os principais afetados são os pacientes de talassemia. Essa doença é hereditária do sangue e afeta a capacidade da pessoa de produzir hemoglobina, também conhecida como Anemia do Mediterrâneo. Pelo menos 30 pessoas estão sem receber o tratamento e faltam materiais básicos, como algodão e também pode ser observada sujeira e cupins nas prateleiras onde os remédios são armazenados.

Ainda segundo a representante, que sempre teve o Hemope como uma referência para pacientes com linfoma e leucemia, há dois anos que a situação só decai. Grande parte das pessoas diagnosticadas precisa de transfusões de sangue periódicas e de medicamentos complementares ao tratamento, porém, com a carência do preparo do sangue, eles temem pela qualidade de saúde, já que a medicação é indispensável para a sobrevivência dos pacientes. Os remédios, que estão em falta há pelo menos dois meses, são: Ferriprox, Ciclosporina, hidroxiuréia, Exjade e Penvir oral. Todos esses medicamentos são fundamentais e de uso continuo para quem tem doença no sangue.
No dia 15 de julho deste ano, a Abrale enviou um ofício aos representantes do Hemope notificando a situação. No dia 29 de agosto houve uma reunião com os pacientes da Fundação e o representante do Ministério da Saúde, que prometeu ajuda, mas a situação permanece a mesma. O ofício foi reenviado no dia 4 de novembro e a resposta foi que eles “estão tentando melhorar”. A Folha de Pernambuco entrou em contato com o Hemope, mas a fundação negou a falta de material hospitalar. Após ser procurado por pacientes e representantes, o Secretário da Saúde informou que assinou a liberação de verba para o Hospital, porém devido ao recesso de final de ano os medicamentos serão comprados após o dia 11 de janeiro.