Associação denuncia falta de medicamentos e problemas de infraestrutura no Hemope

Antônio Assis
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Foto, registrada por pacientes, mostra armários em estado caótico

Fernando Martins
Folha-PE

A Associação de Linfoma e Leucemia (Abrale), que cuida das necessidades apontadas por pacientes com problemas no sangue, denunciou problemas que estão sendo enfrentados por pacientes que são atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). As queixas vão desde a falta de medicamentos até a falta de estrutura adequada. Os principais afetados são os pacientes de talassemia. Essa doença é hereditária do sangue e afeta a capacidade da pessoa de produzir hemoglobina, também conhecida como Anemia do Mediterrâneo. Pelo menos 30 pessoas estão sem receber o tratamento e faltam materiais básicos, como algodão e também pode ser observada sujeira e cupins nas prateleiras onde os remédios são armazenados.

Uma foto, registrada por pacientes, mostra armários em estado caótico. Além disso, cadeiras que os pacientes realizam transfusão de sangue estão quebradas, ar condicionado com defeito, elevadores sem funcionamento e alguns andares sem bebedouro. Segundo a presidente da Abrale, Merula Steagall, este ano a situação se agravou. “Muitos pacientes são humildes e moram longe, procuram atendimento e não tem direito a comida, além disso, faltam os principais medicamentos. Eles não podem ficar nem um mês sem e, ainda assim, falta”, relata a presidente.

Ainda segundo a representante, que sempre teve o Hemope como uma referência para pacientes com linfoma e leucemia, há dois anos que a situação só decai. Grande parte das pessoas diagnosticadas precisa de transfusões de sangue periódicas e de medicamentos complementares ao tratamento, porém, com a carência do preparo do sangue, eles temem pela qualidade de saúde, já que a medicação é indispensável para a sobrevivência dos pacientes. Os remédios, que estão em falta há pelo menos dois meses, são: Ferriprox, Ciclosporina, hidroxiuréia, Exjade e Penvir oral. Todos esses medicamentos são fundamentais e de uso continuo para quem tem doença no sangue.

No dia 15 de julho deste ano, a Abrale enviou um ofício aos representantes do Hemope notificando a situação. No dia 29 de agosto houve uma reunião com os pacientes da Fundação e o representante do Ministério da Saúde, que prometeu ajuda, mas a situação permanece a mesma. O ofício foi reenviado no dia 4 de novembro e a resposta foi que eles “estão tentando melhorar”. A Folha de Pernambuco entrou em contato com o Hemope, mas a fundação negou a falta de material hospitalar. Após ser procurado por pacientes e representantes, o Secretário da Saúde informou que assinou a liberação de verba para o Hospital, porém devido ao recesso de final de ano os medicamentos serão comprados após o dia 11 de janeiro.

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