Cleide Alves
JC Online
os 14 anos, Gabriel adora música. "Ele é um presente", diz Michelle
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Gabriel fez 14 anos em julho de 2015. Adora o barulhinho do mar. É fã de Nando Reis, Lenine, Luiz Gonzaga e Jack Johnson. O ouvido bom para sons é uma forma de compensar a deficiência visual, crê a mãe do garoto, Michelle Santos Moreira Costa Moura, 32. Gabriel não enxerga muito bem. Ele nasceu com microcefalia genética (crescimento anormal do cérebro, caracterizado pelo tamanho pequeno da cabeça) e passa por maratonas de fisioterapia, fonaudiologia e terapia ocupacional desde os dois meses de vida.
“Ele tem limitações, mas é muito esperto. Não consegue juntar as letras e formar uma palavra, mas fala e sabe todo o alfabeto. Conhece as cores, as formas e os números. A conversa pode ser sem nexo, mas ele se expressa. Para mim, tudo é uma conquista. Gabriel é um presente”, resume Michelle, ao contar como é sua vida desde a chegada do primeiro filho.
Michele tinha 18 anos quando Gabriel nasceu. Durante a gravidez fez pré-natal eultrassonografias. Mas só ficou sabendo da condição do bebê na maternidade, depois do parto. “Foi um choque. O mais assustador é não saber o que fazer. Nunca esqueço as palavras do médico: ‘não sei como será a vida dele, não tenho prognóstico. Ele pode não andar, pode não falar.’ Eu, pela pouca idade, nem sabia que esse problema existia, e não tinha computador para pesquisar na internet. Aceitei e abracei”, afirma.