Renata Coutinho
Folha-PE
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 16, todos nessa faixa etária têm direito a “brincar, praticar esportes e divertir-se”. Mas não é o que acontece. Nesta segunda-feira (12), Dia das Crianças, a Folha encontrou muitos pequenos brincando nas praias e nos parques da cidade, mas também flagrou situações de exploração. Meninos vendendo queijo assado, caldinho, ostras e até o que deveria ser apenas uma diversão para eles: material para bolinhas de sabão. O trabalho infantil é escancarado e aponta uma lacuna para a erradicação dessa exploração, segundo o coordenador do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (Fepetipe) Eudes Fonseca.

No feriadão do 12 de outubro, areia lotada de guarda-sóis nas praias de Boa Viagem e do Pina. Entre os banhistas, os pequenos vendedores carregando bandejas pesadas ou empurrando carrinhos com os pés descalços e sem qualquer proteção sob o sol escaldante. A prática de colocar crianças e adolescentes para trabalhar no comércio informal é a mais comum e, também, a mais difícil de combater, segundo a Fepetipe “Essa exploração é gritante. Mas é dura de combater, pois não temos muitas vezes como identificar quem explora a criança. Pode ser o pai, a mãe, um parente. Essa pessoa pode até pensar que está ajudando, mas está fazendo mal. Está destruindo a infância e a oportunidade de futuro desses jovens”, afirmou Eudes Fonseca.