Presidente da Câmara, Mário Anderson Barreto (PSC), pode ser multado em R$ 5 mil ao dia se não convocar concursados
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Paulo Veras
JC Online
O presidente da Câmara do Cabo de Santo Agostinho, Mário Anderson Barreto (PSC), tem 30 dias para nomear e dar posse aos 42 aprovados no concurso público do legislativo municipal. A liminar do juiz Rafael Souza Cardoso atende uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o presidente da Câmara, por causa do elevado número de comissionados na Casa. No início do mês, o JC mostrou que dos 214 funcionários que trabalham no legislativo municipal, apenas dez são servidores efetivos; todos os demais são comissionados. Se todos os aprovados não forem nomeados, o presidente da Câmara terá que pagar uma multa diária de R$ 5 mil.

“Nós não acatamos as razões apresentadas pelo presidente da Casa porque está mais do que caracterizada a desproporcionalidade, até pela quantidade de comissionados em relação aos efetivos”, afirma a promotora Alice Morais. “Além disso, ficou caracterizado que ele dolosamente continuou, em todo esse período, contornando o concurso público”, conta. Segundo a promotora, caberia ao presidente da Câmara exonerar os comissionados, vários dos quais estariam ocupando cargos administrativos, que deveriam ser destinados a servidores efetivos.
Ao JC, o chefe de gabinete da Câmara, Roberto Sales Barreto, disse que o legislativo ainda não foi notificado sobre a decisão e que só iria se pronunciar após uma análise da procuradoria da Casa. “Se de fato houver uma decisão judicial nesse sentido a gente vai ter que entrar em acordo”, adiantou. “A questão financeira impacta. Agora, em princípio, vale aquela máxima de que decisão judicial a gente cumpre para depois contestar”, disse.