Edilson Silva critica infraestrutura do Cisam

Antônio Assis
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UTI segue inutilizada por falta de equipe médica (Foto: Divulgação)

Blog da Folha

O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), localizado na Zona Norte do Recife, completará dois anos com UTI materna equipada com sete leitos, mas sem servir às mulheres gestantes. Apesar de ter condições de oferecer terapia intensiva, a estrutura segue inutilizada por falta de equipe médica.

Segundo o Comitê Estadual de Estudo da Mortalidade Materna (CEEMM) 2014 foram registrados 13 óbitos de mulheres residentes na capital. No Estado, foram 76. Apenas nos três primeiros meses de 2015, já foram confirmados 11 casos no Recife. Das vítimas, 70% são negras. Um dos principais indicadores na avaliação do desenvolvimento de uma região, a mortalidade materna está vinculada à insuficiência na prestação de serviço de saúde às mulheres grávidas ou até um ano após o fim da gestação.

Com estrutura para dar assistência a 104 pacientes por mês, o Cisam funciona atulamente com sobrecarga de 300% a mais do que a capacidade. Mensalmente, 400 mulheres buscam os serviços da maternidade da Encruzilhada, em média, segundo a direção da unidade.

Em visita ao loca, o deputado Edilson Silva (Psol) relatou que no corredor do Cisam, três grandes caixas de madeiras chamam a atenção das pacientes e acompanhantes que transitam por lá. “Elas guardam três máquinas. São duas autoclaves de barreira, adquiridas à época por R$ 260 mil cada, e uma termodesinfectora de mais de R$ 100 mil que deveriam estruturar o Centro de Material e Esterilização (CME), que aguarda há anos uma reforma, avaliada hoje em R$ 350 mil, para poder funcionar integralmente”, relatou.

Segundo Edilson, como o equipamento ainda está encaixotado, o Cisam é obrigado a contratar uma empresa terceirizada para esterilizar instrumentos e roupa de cama. Por ano, a unidade gasta entre R$ 400 mil e R$ 500 mil, quando poderia, inclusive, absorver a demanda de outras unidades de saúde do Estado, devido o potencial das autoclaves e termodesinfectora.

Em conversa com o diretor da unidade, o médico ginecologista Olímpio Moraes, Edilson tratou das dificuldades enfrentadas pela maternidade da Encruzilhada e conheceu as melhorias implantadas pela atual gestão, como a economia de R$ 80 mil/mês no refeitório por meio de um melhor controle de acesso, substituindo as fichas por identificação digital.

No encontro, ficou acertado que Edilson destinará uma emenda parlamentar, no valor de R$ 100 mil, para a capacitação profissional dos servidores da maternidade da Encruzilhada e atendimento a mulheres vítimas de violência, em consenso com a direção da unidade.

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